quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

Não foi fácil ser eu.

 Sobre a graça de viver tantas lutas, provações e tantos desafios e ainda assim manter a arte de sorrir e viver abraçada a felicidade.


Essa é só uma das coisas que eu aprendi nessa vida.


Houveram vários momentos na minha vida que eu pensei “acho que nasci pra sofrer”, e de todo coração, eu passei anos da minha vida convencida de que jamais chegaria a um nível de vida onde eu seria REALMENTE FELIZ.


Já vivi tantas coisas…

Toda vez que eu ouvia alguém narrando histórias de infância feliz, história de boas memórias paternas e maternas, quando ouvia pessoas citando momentos de aprendizagem do tipo “eu tinha tantos anos quando aprendi tal coisa, papai me ensinou isso ou aquilo, ou mamãe me ensinou isso ou aquilo”, eu ficava me sentindo um peixe fora d’água.


Eu ficava puxando pela memória, e tentando me desvencilhar das memórias ruins e me concentrar em algo bom, e era tão doloroso que eu preferia mudar de assunto ou sair de perto da conversa ou, às vezes, acontecia de a conversa mudar de rumo com a minha narrativa sobre alguma lembrança de medo, insegurança ou violência, era muito fácil para mim falar desses assuntos porque eram as únicas lembranças que me ocorriam.


Com o tempo comecei a perceber que era muito chato ficar perto de alguém como eu, alguém que só tinha histórias tristes para contar, histórias que deixavam as pessoas desconfortáveis, você passa a se sentir sozinha, rejeitada, incompreendida, envergonhada e até culpada, não é fácil lidar com quem você se tornou, então é compreensível que ninguém conseguisse lidar com uma realidade que não conheciam. Fora o egoísmo, a indiferença das pessoas existia também a minha própria inabilidade em lidar com a minha própria realidade.


Como diz a piada e o meme: não foi fácil ser eu hahahaha



Você não aprende na escola como lidar com suas mazelas emocionais, com suas memórias dolorosas, e nem com o seu passado não resolvido. Na verdade, na maioria das vezes, a escola é só mais um lugar hostil onde você vai passar os próximos anos da sua vida também tentando sobreviver e evitar ainda mais sofrimentos e rejeição e frustração.


Nunca tive acesso a nenhuma instituição pública que cuidasse de saúde emocional de crianças e adolescentes que sofrem com traumas na infância, ao menos não na minha época, então há milhares de adultos hoje, apenas sobrevivendo do seu passado, tentando construir uma história diferente da dos seus pais (e quase sempre falhando), e tentando de todas as formas superar o seu passado e a si mesmo.


Somado a isso tudo, existe ainda a realidade cultural em relação a traumas causados no seio familiar. Não sei na casa de vocês, mas na minha época “pais não erravam”, não era admissível que um filho se sentisse vítima de uma circunstância causada pelos pais. Isso é lamentável, porque muitas relações teriam sido salvas se a cultura da superioridade humana dos pais não existisse. 


Errar é humano e antes de serem pais, as pessoas são humanas, o respeito de uma criança não precisa ser conquistado pelo medo e autoritarismo, o amor, os limites, a coerência, geram mais respeito que qualquer outra coisa.


Se os direitos das crianças só foram reconhecidos na constituição nacional em 1988, imagina que dia a mentalidade sobre os direitos das crianças irá fazer parte da consciência humana?! Tá demorando...

Na minha época a “lei” era clara, “criança não tem voz, não tem vez, não tem direitos, não tem sentimentos machucados e muito menos traumas, isso não passava de ‘frescura e falta de surra’”.


Infelizmente não importa a intenção quando o caso é educação infantil, a criança vai absorver tudo, mesmo que a intenção dos pais seja apenas amar verdadeiramente.

Eu sinto pelos meus pais que não conseguiram aproveitar a minha infância (eles também sentem muito, hoje nossa relação é maravilhosa e restaurada) e também já senti muito pela infância que não tive.


Hoje me dedico a ensinar e alertar sobre a necessidade de sermos pais mais conscientes e responsáveis, e consequentemente mais felizes com suas vidas e relacionamentos. Através do processo de reeducação, eu lanço novos olhares e perspectivas sobre o que aprendemos sobre paternidade, família, educação de filhos, casamento, relacionamento interpessoal e intrapessoal.


O processo de reeducação emocional e espiritual, me trouxe cura para as feridas do passado, restauraram meus relacionamentos com os meus pais a tempo de aproveitarmos a vida adulta com muito amor e respeito. Esse processo me oportunizou educar minha filha com o número menor de erros quanto possível, me permitiu restaurar a relação com meus avós que também havia sido abalada na infância por diversos fatores, a reeducação me deu a possibilidade de transformação de vida e esperança de futuro, reconciliou meu coração ao coração de Deus Pai e me capacitou para ajudar centenas de pessoas, até hoje.


Se você também deseja ser feliz de verdade, ter um passado restaurado para seguir em frente e conquistar um futuro de liberdade, eu posso garantir que isso é possível, por experiência própria eu sei que é possível viver uma vida para além de apenas sobreviver. Não nascemos para ser o resultado de nossa educação apenas, nascemos para viver o resultado do que escolhemos reaprender, do que escolhemos ressignificar, do que escolhemos reeducar.


Viver uma vida reeducada emocionalmente e espiritualmente é uma escolha. Tome sua decisão e faça sua inscrição para próxima “Oficina Reeducação Emocional” e receba a ajuda que precisa para viver uma transformação na sua história de vida.


Um bjo na alma.

Danny Noronha


📚 E sobre ser feliz, que tal adquirir meu e-book "Felicidade Real", à venda na @amazon



Compartilhamento Intencional

 Vai fazer um ano que eu estou dedicando minha página no instagram a fazer o que passei mais da metade da vida fazendo: ser um boa influência, uma referência positiva, uma mentora espiritual comprometida. Sempre fiz isso de forma indireta, mas agora estou fazendo de forma consciente, direta e intencional.

Chega de ficar obesa de conhecimento, apenas armazenando aprendizagens, chega de achar que não tenho nada relevante pra compartilhar. Às vezes, a menor reflexão pode mudar todo o nosso mundo.

Minha experiência com trabalho de liderança, aconselhamento de casais, experiência como educadora emocional com especialidade em restauração, a experiência como pastora na I.B.M.A. - Igreja Batista da Amazônia, experiência como conselheira para questões como relacionamentos, profissão, desenvolvimento pessoal e restauração, desenvolvi diversas palestras na área do combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes, mentoria especializada em transformação do estilo de vida, todas essas experiências me renderam uma ampla visão das realidades sociais e me deram o privilégio de aprender muito e hoje meu desejo é compartilhar todo esse conhecimento com você.


Este não é meu primeiro blog, mas esse blog foi a primeira ferramenta digital que eu usei para me dedicar em promover conhecimento, aprendizagens e experiências de forma intencional.


E nessa semana eu comecei a compartilhar com mais intensidade e intencionalidade tanto aqui quanto nas outras redes sociais, todos os temas que fazem parte do meu nicho de experiências. Tem sido um prazer compartilhar um pouco mais com vocês, detalhes sobre minha história de vida, como eu superei uma infância de violência, uma adolescência de medo, insegurança, abusos sexuais, rejeições e todo tipo de dor física e emocional.


Na última semana de fevereiro vou fazer a primeira “Oficina Reeducação Emocional” do ano, depois do ano de 2020. Se vocês assim como eu querem reaprender a viver e continuar evoluindo nessa caminhada desafiadora chamada vida, então vem comigo, e chama quem mais você acha que também vai querer e vamos construir uma vida com propósito, uma vida emocional e espiritualmente reeducada.


Meu objetivo principal é ajudar você que precisa focar num processo de transformação que seja realmente prático e responsável, além de realista, afinal já estamos cansados daqueles cursos que custam fortuna e não ensinam absolutamente nada, perfeitos no marketing e vazios de conteúdo. Se você está buscando uma transformação de vida, aqui no meu blog você encontra vários artigos para reflexão, além de todas as informações sobre a Oficina Reeducação Emocional, a Mentoria mais uma Milha e claro, meu e-mail para contato e lógico, todos os outros contatos pelas outras redes sociais.

Danny Noronha



domingo, 31 de janeiro de 2021

Cancelamento - uma pandemia social.


Se você nunca se preocupou com a opinião de alguém sobre você, você é privilegiado sim!


Mas, vamos a reflexão, pensem comigo: a cultura do famigerada cancelamento, e não venham me dizer que isso só acontece no #bigbrotherbrasil não, vamos cancelar a hipocrisia aqui e continuar a discussão…



A cultura do cancelamento é uma pandemia social, emocional, ou moral, como você quiser definir, e ela está muito mais ligada com a baixa estima e noção (ou falta) de valor do cancelado, do que com a opinião do cancelador. Precisamos primeiro entender que o medo do cancelamento traz duas causas imediatas, insegurança pessoal, e histórico de injustiças.
O cancelamento em geral é sobre o medo de ser eliminado, exposto, envergonhado, humilhado, é sobre temer a opinião e a influência dessa opinião sobre nós diante de outras pessoas.


Não é de hoje que está muito claro a capacidade que o ser humano tem de ser cruel, maldoso, perverso, bárbaro, cancelador, lacrador e se deixar vou colocar sinônimo aqui até amanhã. Enfim, essa mania de deus que o povo tem, achou na internet e na sua falsa pseudoliberdade de expressão a chance de alienar suas próprias frustrações, tristezas, sentenças de reprovação e sentimentos de baixa estima, e focar nas imperfeições alheias para impedir que suas imperfeições sejam descobertas, apontadas, julgadas, e condenadas, é mais fácil ser o cancelador que correr o risco de ser o cancelado da vez(mesmo porque isso é um ciclo interminável).


A cultura do cancelamento é um ataque à reputação das pessoas, e essa também não é uma tática nova, já é usada a muito tempo pela politicagem por exemplo, e tem o objetivo imediato de mostrar o quanto a outra pessoa é desprezível, incapaz, desqualificado, moralmente e eticamente reprovável e de forma secundária usar esse momento para se promover, promover-se “intelectualmente, emocionalmente, profissionalmente, moralmente etc”.


Não podemos esquecer que esse movimento foi criado propositadamente a alguns anos com o objetivo de dar voz a grupos oprimidos e forçar grandes marcas, empresas e figuras públicas, celebridades e famosos a adotar e apoiar causas com pauta sobre o meio ambiente e equilíbrio social.


E vamos combinar que equilíbrio e justiça social e aceitação das diferenças é a única coisa que não existe no mundinho hipócrita do cancelamento.


Toda essa atitude arrogante e intolerante está indiretamente educando a próxima geração e influenciando de maneira vil a geração atual, isso é perigosíssimo, a intolerância gera mais intolerância, clichê e óbvio né?! Mas, precisa ser dito. Precisamos reeducar nossos conceitos urgentemente. Reeducar nossos conceitos sobre relacionamento, respeito, sobre as diferenças, sobre intolerância. Volte a aprender porque só a educação e a reeducação podem transformar vidas e transformar realidades.


O que precisa ser cancelado mesmo, é a hipocrisia, o senso de superioridade, a militância do ódio disfarçada de representatividade, a intolerância, radicalismo e podem continuar a lista aí nos comentários.


Outra coisa que precisa de cancelamento urgente é essa nossa necessidade de ser aceito pelos outros, essa carência emocional, essa ausência de vida espiritual, e essa mente preguiçosa e superficial que compra qualquer ideia porcaria em forma de discurso bem elaborado ou bem escrito.


Duas coisas que podemos aprender com essa cultura do inferno:


1 - Cuidar de nós mesmos, cuidar da nossa alma, cuidar das nossas emoções, cuidar do olhar que temos sobre nós mesmos, cuidar da nossa estima, ter uma vida espiritual saudável e buscar terapia.

Porque pra te cancelar têm perfis aos montes, e os motivos estão citados acima e posso escrever um livro inteiro sobre outros mais.


2 - Segunda lição que podemos aprender, é preciso fazer as pazes consigo mesmo, saber quem somos, ter compreensão das nossas qualidades, aceitar nossas limitações, aceitar nossas origens, aceitar a nossa história de vida, aceitar e respeitar a nós mesmos. 


Enquanto você tiver dúvidas de quem você é, quem você nasceu para ser, que valor você tem, qualquer um poderá achar brecha para cancelar você.

Quando você se aceitar, ninguém mais terá o poder de atingir você muito menos de cancelar você.


Então, sabe aquela preocupação que temos “o que será que vão pensar?”, ela é natural e para que possamos viver em harmonia com as pessoas precisamos respeitar limites nessa análise, mas essa preocupação deve ir até aí, depois disso, o certo é se preocupar mesmo com quem você realmente é, com o que você faz e não com a opinião do outro, afinal o cancelador não passa de um fracassado aceitador de si mesmo.


Aceite-se, assim você garante sua história de vida e seu emocional intacto, e aprende a respeitar a história dos outros.

Um bom aceitador de si mesmo, é um bom aceitador das diferenças.

Cancele o cancelamento, seja um conservador da humanidade.


Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós” Colossenses 3.13

Danny Noronha.


Sendo feliz com quase nada

Eu conheço muitas dores, em muitos tons e cores Algumas dores nos fazem parar por um instante Colorem nosso azul em vermelho sangue Outras n...