Ansiosa Pelo Tempo de Amar

 Momentos como este que estou vivendo agora, são extremamente exaustivos e frustrantes

Momento em que eu preciso admitir mais uma vez que as pessoas nunca fazem o que eu preciso

Elas dizem querer ajudar, mas elas só estão dispostas a fazer o que elas acreditam que deve ser feito


Eu estou sentindo tanta raiva, tanta frustração que estou explodindo em lágrimas


Momentos como estes me fazem duvidar profundamente de conceitos que eu acho que ainda acredito como, empatia, reciprocidade, amor ao próximo, semeadura etc.


Como acreditar na reciprocidade se eu sempre apoio as pessoas NO QUE ELAS PRECISAM E QUEREM e não no que eu acho correto ou na minha opinião?!


Como acreditar na empatia, se não importa o quanto eu me coloque no lugar das pessoas, ELAS NUNCA SE COLOCAM NO MEU LUGAR, eu sempre tenho que lidar solitariamente com a minha dor e com as minhas questões.


Como acreditar no amor ao próximo, se toda vez que eu preciso que alguém me ame NINGUÉM NUNCA SE ESFORÇA PARA FAZER EU ME SENTIR AMADA, ME AMAR DA MANEIRA QUE EU PRECISO E DESEJO, sempre tenho que aceitar apenas o que querem me dar, e apesar de eu deixar bem claro que assim eu não me sinto amada as pessoas simplesmente não ligam?!


Como acreditar na lei da semeadura se nunca plantei indiferença e parece que é só o que eu recebo, nunca plantei deixar o que é importante para as pessoas de lado e as pessoas VIVEM IGNORANDO O QUE IMPORTANTE PARA MIM, como acreditar no amor ao próximo se parece que eu vivo num mundo horroroso onde as pessoas são incapazes de me amar como eu as amo?!


É cansativo ter crises de ansiedade, pânico, crises de dores, apertos no peito, falta de ar, ausência de sono e fome, alergias e outras manifestações físicas resultantes do estresse vivido e proporcionado consciente ou inconscientemente por quem deveria e prometeu me ajudar a ficar sã.


Estou cansada de ver as pessoas me culpando pelo que elas fazem.


Eu estou cansada de pensar em como essas palavras podem parecer egoístas e soberbas, eu estou cansada de deixar as pessoas me cobrarem que eu seja politicamente correta, espiritualmente mais madura do que elas e humanamente mais justa que elas.


Eu estou muito cansada de dar tudo o que as pessoas pedem, desejam e precisam, e receber apenas o que elas querem, precisam e desejam.


Estou com tanta raiva que considero neste momento a possibilidade de mudar o meu comportamento completamente e agir, a partir de hoje, apenas de acordo com o que me fazem e não de acordo com o que eu acredito ser justo, amável, respeitoso, delicado e emocional e espiritualmente justo. Penso sim, em abdicar da minha essência e dar às pessoas apenas o que elas me dão.


Vontade de ser só mais uma pessoa reativa no mundo, igual a maioria que já conheço e já conheci. Vontade de ser só mais uma pessoa comum ou medíocre como a maioria que me cerca.


A dificuldade de viver num mundo egoísta e medíocre, é que no fundo quando trabalho para ser uma pessoa melhor eu nutro a esperança de que isso irá impactar a vida das pessoas e ajudá-las a se tornar melhores também, mas não, isso tudo é só um pensamento no mínimo infantil que eu tenho, uma utopia, uma quimera, uma tolice.


É impossível no meio da raiva eu não me sentir também uma idiota, uma tola, uma sonhadora iludida e até uma hipócrita.


Eu tenho plena consciência que eu merecia mais, que eu preciso de mais.

E eu também tenho consciência que provavelmente eu vou morrer sem nunca ter conhecido ou vivido com alguém que me ama como eu sou capaz de amar.


A coisa mais maravilhosa desse desabafo é que possivelmente qualquer um poderia tê-lo feito, porque todo ser humano é carente do amor que julga verdadeiro, que nada mais é do que sua maneira pessoal de esperar amor.


É incrível que apesar de tanta dor e raiva eu ainda consiga pensar no outro e em seus sentimentos, eu devo ser alguém viciada em seres humanos e nas suas mais  específicas características humanas.


Mesmo com muita dor, o meu desejo e minha decisão é que eu continue essencialmente compreensiva com todos que cruzarem o meu caminho, perdoadora com seus defeitos mais egoístas, tolerante com suas fraquezas. Eu decido permanecer sendo eu mesma. amável, forte e resiliente.


Que eu não tema a honestidade dessas palavras e que não me falte a ousadia para encarar momentos ruins como estes.


E antes que esse texto termine é importante registrar que a raiva que eu sentia foi se dissipando enquanto eu o escrevia, eu amo a palavra escrita, ela sempre me liberta.


Antes que esse texto termine eu preciso registrar, para que eu possa voltar aqui para ler: Esse momento é só um momento, ele está passando, e qualquer outro momento ruim que vier, assim como este, também passará. É só um momento, é só um tempo, vai passar.


“Há tempo de amar e tempo de odiar…” Eclesiastes 3.8
Ansiosa pelo tempo de amar, que esse tempo seja daqui a pouco, o mais breve possível.

Danny Noronha


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