sábado, 31 de dezembro de 2022

Estou Aprendendo a Viver!



 Eu não sei quantas vezes ainda vou dormir chorando

Sufocando os soluços com o lençol

Usando um bichinho de pelúcia como suporte emocional

Tendo crises de ansiedade, sentindo vontade de sair correndo sem direção às duas horas da manhã 

De uma coisa eu sei, nenhum segundo do terror noturno me.impediu de sorrir nessa manhã 

Essa é a única parte da vida que eu posso controlar, como eu vou me sentir diante dos momentos que eu nem sei explicar o que estou sentindo 

Talvez eu chore agora, enquanto escrevo esse texto, talvez eu chore mais tarde

Tudo bem

Eu estarei aqui, não me abandonarei 

Não serei indiferente ao que sinto

Talvez seja isso que nos falte, não fazer com a gente mesmo o que os outros nos fizeram de ruim


Eu não sei quantas vezes eu ainda vou passar por isso

Hoje, eu me apego ao fato disso estar acontecendo com cada vez menos frequência 

Estou concentrada em respirar e aproveitar essa fase

Porque quando olho para trás, a única coisa que lembro, é que isso acontecia todos os dias


É lógico que eu gostaria de saber, de ter o controle, de ao menos receber uma perspectiva de quanto tempo duram as coisas ruins

Ao invés de me preocupar em saber o tempo que ainda vou passar sofrendo, estou decidida a me ocupar com o tempo de paz entre uma crise e outra

Aproveitar esse tempo para viver os melhores dias possíveis 


Eu descobri que saber quando vai terminar não me dá perspectiva de futuro, o que me faz ter um futuro é não desperdiçar a sabedoria de viver o presente

Na noite passada eu chorei pela última vez esse ano, e não lamento a dor e a perturbação sentida

Estou decidida a usufruir o fato de ter durado menos tempo que outras vezes

Estou me curando

O processo é lento e doloroso, mas é suportável


Mais importante do que não sentir dor é aceitar o processo de cura

Porque respeitar o meu próprio processo, encontrar meu modelo pessoal e intransferível de ressignificação, é algo que mais ninguém pode fazer por mim, a não ser eu mesma

Entregar-se ao processo de restauração não é tão simples como gostaríamos que fosse 

Decidir viver bem enquanto aprendemos a lidar com as sequelas de experiências profundamente dolorosas é uma decisão de responsabilidade pessoal 

Um compromisso consigo 

Um ato de autocuidado 

Uma prática de amor próprio

Saber viver não é uma condição inata

Estou  aprendendo a viver


Se eu vou dormir chorando de novo hoje? 

Eu não sei!

Mas, com certeza eu vou deitar a minha cabeça no travesseiro com a consciência tranquila, de quem decidiu viver um dia lindo apesar de uma noite tão triste

E serei grata pela oportunidade de mais uma vez acolher a mim mesma com respeito, amor e cuidado.

Eu acredito de todo o meu coração que isso é um feliz ano novo! 


Danny Noronha

sexta-feira, 25 de novembro de 2022

O Certo é Viver

 


Quanta subjetividade pode haver em um conceito tão amplamente difundido ultimamente?

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O que é sucesso?

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Eu estava numa praça da cidade com a minha filha, estávamos num restaurante desses de rua, muito agradável, aberto, alegre.

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Um vendedor de chaveiros de madeira se aproximou e a minha interação com ele não durou mais que um minuto.

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Mas, o olhar e o sorriso daquele homem foram tão amigáveis e gentis que eu considero ter tido uma boa experiência.

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Algum tempo depois enquanto eu olhava ao redor flagrei ele completamente imerso na sua arte...que imagem incrível.

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Sabe aqueles momentos que parece que o tempo para?! Pois é! Foi exatamente isso que eu senti. 

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Aquele homem estava tão entregue ali que eu fiquei me perguntando "quantos de nós temos efetivamente nos entregado a algo que realmente gostamos, ou a algo que estamos fazendo?"

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É fato que o piloto automático das nossas vidas têm disparado mais que o normal e que pior, temos permitido que ele continue acionado sem necessidade.

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Por conta disso podemos até estar fazendo algo, mas não estamos mais naquilo, não estamos mais imprimindo no que fazemos quem nós somos. 

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Estamos produzindo, mas não estamos desfrutando, estamos fazendo mas não estamos realizando, estamos sobrevivendo mas, não estamos vivendo. 

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Enquanto eu olhava para aquele senhor absorto na sua obra de arte, eu pensei "que homem de sucesso".

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Às vezes, fazer o que tem pra fazer, e se entregar a isso simplesmente porque é o certo, afinal o certo é VIVER, isso sim é sucesso! 


Danny Noronha 

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🎯Inspiração para o texto 2 Coríntios 13.5-7

📸 By Me

Local - Praça Nereu Ramos - Centro de Criciúma


sexta-feira, 16 de setembro de 2022

Exista! - Série Motivos Para Viver

 Viver é ter propósito, é ter missão, é servir, é movimento.


Viver é atuar, é existir, é estar incluído.

Viver é o caminho, é a jornada, é deixar pegada, é marcar, é trilhar.

Viver é responsabilidade, diferença, prioridade e presença.

Viver é brincar, viver é trocar, andar, sair, viajar, amar.

Viver é entrega, é rendição, é desafio, é sofrimento e reconciliação.

Viver é mais do que lutar pela vida, viver é lidar com as vezes em que somos vencidos por ela. Porque viver é arriscar, é perigoso, dá medo.

Viver exige coragem, força, e paixão. Viver exige estender a mão para ajudar, mas principalmente para ser ajudado.

Viver é não aceitar retrocessos, não aceitar a apatia, não aceitar a covardia, não aceitar a agonia.

Viver é não ter medo da morte, porque sabe que o contrário da viver não é morrer.
O contrário à vida é sobreviver!

Viver é existir!
Exista!

Danny Noronha

quarta-feira, 7 de setembro de 2022

Os Refrescos - Série Motivos Para Viver

 

Alguns acontecimentos na nossa vida funcionam como refrescos, funcionam como aquele momento de alívio no meio do caos, paz no meio da guerra, são verdadeiros momentos de relaxamento necessário da tensão diária. 

Um dia de chuva me faz feliz.

Ouvir música na minha playlist alucinadamente aleatória, me dá uma sensação muito boa. 

Um dia de sol, mas, com o termômetro marcando no máximo 15º...aí isso é maravilho. 

Trocar mensagens com a minha irmã Luana, e falar com ela sobre os livros que amamos, e sobre a última caixa do clube do livro que chegou, ou falarmos sobre a infinita lista de livros que queremos comprar...e quando chega um vídeo dela resenhando o último livro que ela leu, mais lindo ainda é ela me enviando áudio lendo um livro pra mim, meu DEUS!!!!! Isso é único e eu valorizo cada segundo, QUE REFRESCO!!!!

Isso sem falar nos mergulhos profundos das conversas com a minha outra irmã, Flavia Larissa, as nossas inúmeras horas de assuntos completamente aleatórios e descompromissado de roteiro, são calmarias para as nossas tormentas, são luz para as nossas trevas, são registros com emojis e áudios, palavras e siglas tomando nota da nossa história de vida, esses momentos são um refresco para a minha alma.

Trabalhar assistindo episódios dos meus documentários favoritos, ficar horas e horas refletindo sobre o comportamento humano e suas complexidades, isso é tão prazeroso....!

Sair de uma crise  Fibromialgica, estar com as dores controladas,  voltar a dormir bem,  conseguir pensar com clareza, me livrar da "fibro fog", é muito bom ter a liberdade de pensar e organizar um raciocínio.

Poder comer as minhas comidas favoritas.

Alguém reconhecer o valor do meu trabalho.

Não precisar explicar uma atitude e ser respeitada.

Receber um presente inesperado.

Receber a oração de alguém.

Receber umas mensagem desejando um "bom dia" e sentir que aquilo é verdadeiro.

Gargalhar com a risada de alguém.

Ter um dia de paz.

Ter um bom dia!

Esse rol contém situações tão simples, porém extremante reconfortante, e esses são os refrescos da vida, são aquelas situações ordinárias mas que quando vividas com verdade se tornam memoráveis.

Uma pessoa pode ser um refresco na vida de alguém, assim como você, mesmo sem saber, pode ser um refresco na vida de alguém.

Quando um bem é praticado a qualquer momento, em qualquer lugar, para qualquer pessoa, esse bem tem o poder de transformar uma situação ou até a vida inteira de alguém. Fazer o bem é servir refrescos com gelo em dias de calor.

Por mais refrescos na vida!

Bjo na Alma,

Danny Noronha


terça-feira, 6 de setembro de 2022

VIDA ON - Série Motivos Para Viver

 Nem todo mundo que pensa ou fala em suicídio vai chegar a concluir o ato, mas a maioria das pessoas que concluíram o ato pensaram em suicídio antes, alguns até chegaram a falar mas, ninguém acreditou.

A gente vive em uma realidade social tão ímpar, que é inaceitável que a gente continue perpetuando tabus como manter silêncio em relação a assuntos como suicídio, abuso sexual, abuso psicológico, violência doméstica, divórcio, transtornos mentais entre muitos outros.

Todos nós queremos um mundo melhor, mas a gente ainda passa a maior parte do nosso tempo destruindo o nosso próprio mundo. E fazemos isso perpetuando ignorâncias.

Nunca tivemos tanto acesso a conhecimento, e ao mesmo tempo ainda temos uma sociedade ignorante. 

Um bom motivo para viver é ser a diferença que queremos ver no mundo. 

É por isso que eu estou aqui para compartilhar mensagens cheias de amor e cheias de conteúdo útil para uma mudança de mentalidade.


Essa foto é de 2019 e o "cartãozinho" diz "VIDA ON" mas, dois dias antes dessa foto, eu queria que a minha vida acabasse.
Eu vivi para colocar a vida no MODO ON novamente.

Alguns dias antes desse Girassol iluminar o meu rosto, as olheiras denunciam os dias de profundo sofrimento psíquico.


Nessa imagem eu estava deitada num banco da faculdade chorando com uma solidão imensurável, até que essa florzinha  roxa caiu no meu cabelo e eu senti o beijo da vida...foi como se Deus a tivesse enviado para me lembrar o valor que eu tenho, e na verdade foi isso mesmo que aconteceu.

Na semana que eu fiz esse quadro eu estava me sentindo fraca e medrosa, mas a artista resiliente que mora dentro de mim, me lembrou o conselho que Deus me deu:
SEJA FORTE E CORAJOSA! 
Efoi assim que esse quadro nasceu, para me lembrar quem eu sou! 

Aqui eu estava em um Retiro Espiritual em Maio de 2021, e nesse retiro uma psicóloga me ensinou que todas essas angústias que eu estava vivendo NÃO ERA FALTA DE FÉ, é DEPRESSÃO e me garantiu que sim,  TINHA TRATAMENTO.
Quando voltei pra casa, procurei auxílio médico psiquiátrico e também procurei o profissional de Psicologia, não preciso mais tomar medicações e já estou na terapia há um ano e pretendo nunca mais parar.

Existe muito vida pra viver, peça ajuda!
🌟Deixe A VIDA ON! ❤️



domingo, 4 de setembro de 2022

Quem Vê Religião, Não Vê Suicídio - Série Motivos Para Viver

 Vou a igreja desde criança, tive um encontro com Jesus aos 12 anos, recebi o título oficial de pastora há mais de dez anos, já fui pastora de igreja local, estou no meu segundo Curso de Teologia, sou conhecida como um mulher de muita fé, criei meu próprio método de meditação na Palavra de Deus, tenho mais de 15 anos de experiência em aconselhamento de jovens e casais e há dois anos eu pensei e planejei o suicídio pela primeira vez.


Eu precisei quebrar o resto de religiosidade que existia em mim para aceitar a medicação que o Psiquiatra me passou, fui encaminhada ao tratamento Psicológico, mas não consegui por causa da Pandemia, essa situação fez o desespero tomar proporções nunca vivido antes.


Foi aí que o milagre se fez, o Espírito Santo me trouxe sustento diário por todo o tempo que eu fiquei sem acompanhamento psicológico.


Nesse período eu escrevi um livro pequeno relatando a minha experiência com a depressão, crises de pânico, ansiedade e o suicídio, publiquei de forma autônoma na Amazon, e deixei disponível pelo menor valor autorizado pela plataforma, e quem tem o Amazon Unlimited pode baixar gratuitamente.


Estou frequentando disciplinadamente a terapia há um ano, e não preciso mais de medicação desde setembro de 2020. Contudo, se necessário, volto ao tratamento medicamentoso sem problemas, eu convivo com uma síndrome que me deixa vulnerável a mudanças nos níveis hormonais, e compreender isso é fundamental, tenho uma limitação biológica que nada tem a ver com o meu nível de espiritualidade.

Ao contrário disso, quanto mais espiritual me torno, mas eu respeito minha humanidade e minhas necessidades como ser humano.


Minha vozinha sempre diz: quem vê cara, não vê coração. Isso nos ensina que as aparências enganam, que nem sempre uma boa atitude é sinal de que a pessoa é boa e vice versa, às vezes tomamos decisões ruins e nem por isso somos pessoas más.

E isso com certeza serve para os casos de pessoas em sofrimento psíquico, nem sempre a pessoa nesse estado vai demonstrar o que está vivenciando por dentro, e o contrário também é válido, mesmo a pessoa que fala sobre seus sofrimentos ainda está vulnerável o suficiente para cometer suicídio.

O tanto que essa pessoa ama a Deus, o tanto que essa pessoa é caracterizada como uma pessoa de fé, o tanto que ela já teve experiências com Deus, o quanto ela sabe de Deus não significa que ela ficará imune à sofrimentos psiquiátricos.

Se a sua fé em Deus, se o seu conhecimento teológico e sua experiência de fé não te leva a respeitar e compreender seus limites físicos, psíquicos, biológicos, e não te leva à respeitar a sua humanidade, então você está vivendo um evangelho antibíblico.

Pessoas com muita fé e cheias de amor e alegria, também podem adoecer e também podem estar vulneráveis e suscetíveis ao suicídio.

Quem vê religião, não vê suicídio.

Ter um olhar religioso sobre a vida não é ter um olhar cristão, o evangelho de Cristo nos leva a entrar em contato com as mazelas humanas, e sim, Ele é um Deus de milagres, contudo precisamos reeducar nosso conceito de milagre.

Minha experiência pessoal me ensinou que milagre é a ciência ter evoluído a ponto de possuir moduladores hormonais para me livrar da depressão, milagre é alguém ser capacitado para lidar com transtornos que vão além dos problemas espirituais e precisam além de oração, uma ação, uma ação profissional de tratamento psiquiátrico e psicológico.

Milagre também é ter acesso a tratamento especializado naquilo que a fé tem resposta mas, não pode explicar.

Não importa a sua religião, se você é um ser humano, vai precisar colocar suas orações em prática cuidando também da sua saúde psíquica.

Orar e não agir já é em si um caminho de morte. "Assim também a fé, por si só, se não for acompanhada de obras, está morta." Tiago 2.17

Eu sempre digo que Cristo me curou e me libertou, mas só o tratamento psiquiátrico e o tratamento psicológico me capacitou para usufruir dessa liberdade e usufruir dessa cura.


A fé em Cristo me cura, mas é a terapia que me ajuda a viver com as sequelas das feridas e traumas.

A fé em Cristo me libertou, mas é a terapia que me ajuda a usufruir da liberdade conquistada.


É função nossa, da igreja ensinar que há distúrbios biológicos, transtornos psicológicos que nos levam a doenças como depressão, ansiedade etc. e pode sim levar uma pessoa de fé, sábia, cheia de Deus há um momento de profundo sofrimento, onde o suicídio não é uma opção, na verdade é o resultado de um luto e velório vivido internamente enquanto as pessoas vivem ao nosso redor como se nada tivesse acontecendo.


Quem está vivendo esse luto (seja lá por qual motivo for, para cada pessoa é um motivo diferente) se sente no próprio funeral, sente que a morte já tomou conta de tudo dentro e fora de si e não há mais esperanças, não importa o quanto essa pessoa seja cheia de conhecimento e sabedoria, fé e amor, pasmem, alegria e criatividade, a morte interna simplesmente já causou um estrago considerável dentro de quem vive, foi assim comigo e quanto mais eu converso sobre isso com outras pessoas, mas similaridade eu percebo com histórias de outras pessoas.


Por muito tempo reinou a máxima catastrófica de que falar sobre suicídio poderia incentivar a prática como se isso fosse resultado de uma decisão consciente, o suicídio não é uma decisão consciente, e falar sobre Suicídio salva vidas, não falar é omissão de socorro.


A pessoa que está com ideação suicida, que tem um pensamento recorrente de suicídio está vivendo seu próprio luto, seu funeral.

O Suicida vive o luto antes da morte chegar, os familiares o vivem depois dela.


Eu sei que uma das consequências de termos sido tão omissos anteriormente, não falando abertamente sobre o tema, nos fez incapacitados de lidar com uma situação dessa na família, no grupo de amigos etc., e por causa disso nos omitimos, fingimos não ver porque tememos enfrentar o que não conhecemos.


Para tentar remediar essa realidade, vou fazer algumas notas:

1 - Você não precisa saber o que fazer, não precisa temer a responsabilidade de ter a vida daquela pessoa em suas mãos.

2 - Você só precisa estar ali, você só precisa mostrar que se importa de verdade, estar inteiro em qualquer diálogo com essa pessoa.

3 - Não precisa saber o que dizer, portanto se você não for um especialista e não estiver capacitado para isso, não tente dizer nada, e de forma alguma tente usar uma experiência pessoal ou de terceiros para tentar "diminuir" a tensão. Lembre-se que o silêncio num funeral, às vezes é o melhor consolo.

4 - Informe-se, se você convive com essa pessoa não há desculpas para permanecer na ignorância, há milhares de formas de se obter conhecimento sobre os motivos que levam alguém ao suicídio. Informação é uma vacina contra a ignorância e uma boia salva vidas muito bem vinda.

5 - Ajude essa pessoa a pedir ajuda, você não precisa ir até um consultório, acompanhar todo o tratamento nem se responsabilizar por isso, mas você pode ajudar essa pessoa a pedir ajuda. Marcar uma consulta com um clínico geral para começar, um psiquiatra, um psicólogo, colocar a pessoa em contato com algum grupo de apoio especializado entre outros meios de ajuda.

6 - Nunca diminua a dor (os motivos, as circunstâncias, os sentimentos, as causas, as justificativas) da pessoa, mesmo que para você o que a pessoa diz não faça o menor sentido, para ela aquilo é extremamente importante. Ex.: A pessoa pode dizer a você que ela está cansada de ser burra, de se sentir ignorante, que não acredita que valha a pena viver porque acha que nunca vai conseguir concluir nada, quando você sabe que ela é muito inteligente e todos o admiram pela sua inteligência e competência.

Não contra argumente, deixe a pessoa falar, não tente convencê-la da sua capacidade, entenda que a pessoa não está psicologicamente bem para compreender.

7 - Não se torne o "ouvinte oficial" dessa pessoa, essa pessoa precisa de atenção especializada, capacitada profissionalmente para atender estados severos de sofrimento psiquiátrico.

8 - Acolha com amor, acolha com carinho, abrace, ouça, mas encaminhe essa pessoa para a ajuda especializada. Pacientes em tratamento cometem suicídio, ou seja, se até quem está com uma escuta e acompanhamento profissional perde a luta, quanto mais quem não está em tratamento especializado.

9 - Não use o que essa pessoa te confidenciou contra ela, isso acontece muito em relações mias próximas como familiares, por exemplo. Não faça isso, respeito é fundamental para dar a essa pessoa um espaço saudável para que ela se sinta segura.

10 - Se você convive com alguém que sofre depressão, ansiedade, ou tem algum transtorno, pense sobre fazer terapia, considere também procurar ajuda psicológica, isso vai ser extraordinariamente positivo para o tratamento e a saúde da família em geral.


A minha psicóloga Tainá Gaidzinski diz que "todo suicídio é um homicídio", e eu concordo com ela, eu sou a prova viva disso, eu nunca quis morrer, lutei contra a morte a vida inteira desde o ventre da minha mãe(sou sobrevivente de aborto), sempre tive paixão pela vida e mesmo assim eu queria matar essa mulher corajosa, destemida, forte e resiliente.

Se eu tivesse ido em frente e tomado todos os comprimidos no momento de ímpeto, antes da intervenção de Deus, antes de começar a pensar como e quanto tempo...Todos teriam dito "ela se suicidou", simples assim, depois as especulações começariam, ficariam desesperados tentando entender "como assim, como isso aconteceu?".

Alguns diriam que algo aconteceu, outros desconfiariam de homicídio, outros lembrariam dos sinais que viu e não teve coragem de enfrentar, outros se sentiriam culpados, outros ficariam bravos, mas o que ninguém sabe é que eu também fiquei arrasada de olhar para a minha vida e não ver mais solução para toda a dor, todos os traumas, toda tristeza, todo pensamento sem sentido e/ou sem argumento sólido que me impede de sonhar e ver esperança no amanhã.

Ninguém saberia porque eu matei todas as coisas maravilhosas em mim, por não conseguir me livrar de todas as coisas terríveis que estavam me afetando profundamente, mas não faziam parte de mim de verdade. Ninguém saberia explicar porque eu matei o que eu era, enquanto queria me livrar do que eu estava sendo. Ninguém saberia porque eu tomei uma atitude definitiva para problemas passageiros.

Sim, JESUS é a cura para toda dor, sim, JESUS é a liberdade para toda prisão, é amor para todo desamparo, é o alívio que a alma sofredora precisa. Sãos ou doentes, Ele nos ama, e acredite Ele sempre vai criar meios de te encontrar, mesmo que você não consiga sentir ou entender isso agora.

O psicólogo Jonatas Leônio e sua esposa Jéssica escreveram o seguinte: "O que você quer é VIDA, PAZ, JUSTIÇA, ALEGRIA, ACEITAÇÃO! Não procure isso na fonte errada! Você nunca achará VIDA na morte!...Não se isole, se aproxime de Deus e das pessoas que te amam. Tudo vai ficar bem!".

Eu completo dizendo que não devemos esquecer que a nossa vida é fruto da RESSURREIÇÃO DE CRISTO e não apenas da sua morte, e tudo o que podia nos matar Ele levou sobre si na cruz, não precisamos morrer, Ele já morreu por nós, agora a Sua vida pode nos curar da morte invisível que paira na mente de quem está em sofrimento mental.

Quem vê religião, não vê suicídio, não pense duas vezes antes de pedir ajuda para si ou para o outro.

Busque ajuda médica, busque ajuda psicológica, eu me incluo nessa mensagem, não desista, porque por aqui eu decido que vou continuar lutando para viver.

A FÉ EM CRISTO E NO TRATAMENTO MÉDICO E PSICOLÓGICO É UM LINDO MOTIVO PARA VIVER!

Bjo na alma,

Danny Noronha.


sábado, 3 de setembro de 2022

Para cada Coisa - Série Motivos Para Viver

 

Para o choro, o lenço ou um ombro.

Para a tristeza, o silêncio da reflexão.

Para a dor, o alívio de saber que vai passar.

Para um dia ruim, a meia noite, ela sempre me diz "acabou".

Para uma decepção, a consciência, eu também já decepcionei.

Para o medo, um ato de coragem.

Para o cansaço, às vezes, um banho e um bom alimento, podem aliviar.

Para uma noite difícil, a certeza de que mesmo sem ver, o sol não perdeu o seu brilho, eu também não perderei o meu.

Para a direção, a voz de Cristo como guia.

Para a superfície, o respirar.

Para a profundidade, o fôlego.

Para o afastamento, a reconciliação.

Para os desafios, a serenidade.

Para a afronta, a calma.

Para o confronto, a segurança de si.

Para o abalo, raízes.

Para os pesadelos, o despertar.

Para a rotina, a leveza.

Para a angústia, o desabafo.

Para a apatia, os sonhos.

Para o fracasso, as pequenas realizações.

Para a raiva, o silêncio e o tempo.

Para a solidão, bastar-se.

Para o desamparo, a fé.

Para o desespero, a esperança.

Para o escuro, a luz interior.

Para a confusão, o mapa das certezas essenciais tatuadas na alma.

Para as relações, o diálogo.

Para a transformação, o desenvolvimento da mente.

Para um dilema, a sabedoria.

Para uma arte, a criatividade.

Para a liberdade, a verdade.

Para a alma ferida, o perdão.

Para o coração enfraquecido, o amor.

Para tudo o que eu precisar, hoje e sempre, Deus!

E para você, esse texto. 

Bjo na alma,

Danny Noronha 


























sexta-feira, 2 de setembro de 2022

Pequenas Conquistas - Série Motivos para Viver







 

Eu encontrei motivos para viver em coisas simples.

Foram as pequenas coisas que me destruíram de diversas formas, mas também foram nas coisas pequenas que eu encontrei motivos para viver.

Eu fiz conquistas em atitudes cotidianas, comer, lavar os cabelos, escrever um poema, entregar uma encomenda e terminar a anotação de uma reflexão.

Eu alcancei o sucesso em realizações modestas. Eu escrevi, e lancei um livro de forma totalmente independente, e isso me trouxe um senso de realização muito bom.

Eu encontrei realização em feitos excepcionalmente originais. Transformei inspiração, criatividade, talento e dedicação em obras de arte e produtos comercializáveis.

Eu encontrei alegria e sorri em momentos inacreditavelmente insólitos. Em uma conversa que poderia ser cem por cento dor e peso, a minha irmã e eu demos muitas gargalhadas, eu acredito de verdade que começamos a experimentar de cura quando começamos a rir das nossas próprias desventuras. O infortúnio sempre se rende diante de um coração obstinado a viver.

Pequenas coisas acumuladas se tornam grandes coisas, e na maioria das vezes situações desagradáveis, decepções, tristezas, frustrações, uma palavra mal dita aqui, outra palavra mal dita ali, uma rejeição, uma agressão verbal, uma indiferença, um esquecimento, um ingratidão, nenhum desses acontecimentos de modo isolado e infrequentes causam um grande estrago, mas se eventos como esses se repetem e se repetem e se repetem e se repetem...o estrago pode ser imensurável.

E assim como acredito que pequenas coisas ruins podem se tornar problemas enormes, eu também acredito que pequenas coisas boas acontecendo ou sendo praticadas frequentemente podem se tornar grandes feitos, momentos memoráveis.

Para quem vive e precisa lidar com dores e feridas profundas, para pessoas que estão vivendo momentos de desespero, de perdas, de luto, de desanimo, enfrentando algum tipo de transtorno mental, ou vivendo em situações extremas, tempo de doença, enfrentando ansiedade e/ou depressão, fazer algumas coisas é extremamente difícil.

As coisas simples de uma vida ordinária, atitudes que para a maioria das pessoas são coisas simples, para quem está vivendo um momento difícil, pode se tornar deveras laborioso, e às vezes a dor de viver uma situação como essa é tão pesada que acaba se tornando também constrangedora, e isso pesa ainda mais.

Viver por muito tempo sob essas circunstâncias vai minando o prazer pela vida, eu sei disso por experiência própria, viver assim rouba a graça dos dias, confunde certezas, distorce nossa visão da vida, do mundo, das circunstâncias, extirpa esperanças, sufoca sonhos, desvia focos, viver assim é exaustivo de uma maneira que só um estresse traumático muito intenso pode explicar.

Todos os dias eu busco desde a hora que eu acordo até a hora que eu vou dormir, um motivo para viver a gratidão, isso parece ser algo pequeno para a maioria das pessoas, mas é aquela pequena atitude que torna tudo melhor.

Ontem eu comemorei atitudes que em um dia comum eu teria feito no modo automático, mas que hoje, para mim, tem um gosto de conquista, um quê de superação, um quê de conquista.

Levantar da cama. Qual foi a última vez que você foi grato por levantar da cama?

Eu levantei da cama, e não apenas isso, eu tomei banho, e tomei o café da manhã.

VOCÊ NÃO TEM IDEIA DO QUANTO UM FEITO É EXTRAODINÁRIO ATÉ ESTAR COMPLETAMENTE INCAPACITADO DE FAZÊ-LO.

Enquanto eu estava no banho uma alegria me invadiu, a alegria de viver as coisas simples, o prazer de encontrar gratidão na simplicidade.

Eu tenho feito coisas extraordinárias nos últimos tempos, tenho vivido momentos de completude, nos últimos anos eu escrevi dois livros, compartilhei ambos com o público, aquilo que foi benção na minha vida, eu compartilhei para que seja benção na vida de outras pessoas, eu estou dando andamento em mais dois livros, eu idealizei e comecei a empreender novamente, voltei a sonhar, tenho tirado as ideais do fundo da alma e tenho executado essas ideias e isso tem me trazido sendo de realização.

A arte tem me salvado de diversas maneiras, e poder comercializar essa arte tem me trazido muita satisfação, é como dividir alegria, compartilhar realizações.

Algumas outras capacitações que estavam escondidas e desvalorizadas estão sendo oferecidas como serviços e isso tem sido muito gratificante.

São coisas pequenas que me devolvem o prazer pela vida, fortalecem minha autoconfiança, dão validade aos meus sentimentos, aos meus feitos, diminuem a insegurança. É lógico que eu gostaria de estar vendendo mais, o suficiente para viver bem da obra das minhas mãos, do talento que eu tenho, mas também sei que nada começa grande, então me concentro em permanecer grata pelo pouco que tenho e pelo pouco que já conquistei.

 Eu falei sobre muitas coisas importante aqui nesse texto, e muitas delas merecem um desenvolvimento, merecem ser mais discutidas, mas hoje, hoje eu quero só viver a alegria de ter voltado a sentir prazer em compartilhar o que Deus fala e trata na minha alma com outras pessoas.

Que você assim como eu, encontre motivos para viver nas coisas simples da vida, em cada atitude do seu dia, transponha o obstáculo da cama, vença a "longa" distância até o banheiro, conquiste o "pico" do café e usufrua do que você foi capaz de fazer hoje!

"Olhe sempre para a frente, mantenha o olhar fixo no que está adiante de você" Provérbios 4.25 

Isso não significa que conseguiremos fazer isso o tempo todo, mas essa é uma palavra reguladora, é aquela palavra que os chama de volta ao foco, ao que realmente importa para o momento, concentrar no que podemos e que temos agora, isso nos ajuda a manter o coração mais leve e a mente mais clara. O desespero pode ser aliviado com a atitude simples de olhar um feito simples e compreender o quanto aquilo significou para você.

Valorize suas pequenas conquistas.

Eu estou feliz de estar fora da cama hoje, e mais feliz ainda de estar escrevendo para você.

"Sabemos o que acontece quando uma pessoa tem esperança de obter uma coisa desesperadamente desejada; parece bom demais para ser verdade." - As Crônicas de Nárnia - C.S.Lewis

Acredite coisas boas podem acontecer com a gente!

Bjo na Alma,

Danny Noronha.



quinta-feira, 1 de setembro de 2022

Traumas não Fortalecem e nem Curam Ninguém - Série Motivos Para Viver







Ao contrário do que muitas pessoas dizem, traumas não nos fazem mais forte, nem mais maduro, e não nos fazem crescer.

Eu entendo a intenção de uma afirmação como "traumas te fazem mais forte", mas precisamos fazer essa correção: Traumas não fortalecem e nem curam ninguém!

Precisamos corrigir o que falamos, precisamos realinhar o que sentimos para reeducar o que pensamos e assim libertar nossas ações.

No início da minha caminhada na vida como conselheira emocional e espiritual eu ouvi alguém dizer que traumas e dores nos fazem mais fortes e nos torna mais parecidos com Cristo.

Vou falar agora sobre a primeira parte do parágrafo acima: Eu estava aprendendo errado.

Sim, eu estava aprendendo errado, apenas anos depois eu iria reaprender sobre sofrimento, dores e traumas e as sequelas de viver episódios e eventos tristes e dolorosos, e eu precisei reparar esse conceito sobre traumas.

Traumas não devem ser absorvidos, incorporados ou assimilados, traumas devem ser identificados, curados e devidamente tratados.

Eu objetivo trazer ao nosso coração MOTIVOS PARA VIVER, nesse mês de setembro eu quero compartilhar lições, aprendizagens e experiências que me renovam prazer pela vida.

O mundo atual, as demandas da convivência familiar, profissional, acadêmica, social/digital, as exigências pessoais, os nossos sonhos, as nossas próprias expectativas, e também nossos pesadelos e nossas frustrações...enfim, tudo já está tão pesado, então eu quero trazer a minha memória e também à sua, motivos para viver. (Lamentações 3.21)

Hoje pela manhã, eu acordei e quando fui levantar da cama eu senti o peso dos traumas sobre mim, e com uma força que não vem de mim mesma, mas do amor e da minha fé  em Cristo, eu levantei.

Mas, eu fiquei pensando no quanto é pesado carregar traumas e dores e ainda ter que carregar o peso "religioso" de ter que ser forte, o peso de ter que crescer mesmo quando tudo te puxa para baixo, ter que ser uma pessoa melhor, enfim, ter que viver com expectativas supostamente vindas de Deus, sobre nós. Em tantos momentos isso pode e se torna, tão pesado, que até levantar da cama pode ser extremamente difícil, só quem vive sabe do que estou falando.

Contudo o verdadeiro evangelho pregado e vivido por Jesus Cristo não deposita peso sobre quem sofre, sobre quem está traumatizado, sobre quem está vivendo dores, o verdadeiro evangelho de Cristo traz um sonoro e audível "vinde a mim você que está cansado, sobrecarregado, oprimido", (Mateus 11.28) quando Cristo faz esse convite, Ele nos deixou a lição que no momento de dor, trauma, peso, não é hora de aprender nada, não é hora de exercer obrigações, não é tempo de cobranças, não é momento de "ter que ser ou fazer, ou parecer" qualquer coisa, é tempo de alívio, de descanso, de cura, de apoio e de consolo.

Precisamos nos conscientizar mais da nossa fragilidade como seres humanos, quem sabe assim conquistamos mais responsabilidade em nossas relações consigo e com o outro, e nesse processo vivamos dignamente de acordo com o valor que tudo isso tem para a nossa saúde espiritual e mental.

Não apenas em alusão ao Setembro Amarelo, mas à saúde espiritual e mental que devemos nutrir todos os dias e meses, eu quero compartilhar o resultado da minhas anotações na reflexão que fiz com cristo nesta manhã.

Notas sobre os traumas:
1 - Traumas não me ensinam
2 - Traumas não me fazem crescer
3 - Traumas não me fazem uma pessoa melhor
4 - Traumas não me tornam mais forte
5 - Traumas não me fazem evoluir como ser humano
6 - Traumas tiram a autoconfiança 
7 - Traumas geram sentimento de insuficiência
8 - Traumas geram desconfianças no relacionamento com Deus, com as pessoas, e consigo mesmo.
9 - Traumas geram insegurança e sentimento de invalidação.
10 - O trauma só traumatiza!

Traumas e dores não me fizeram mais forte, o que me fez mais forte, mais madura e resiliente foi como eu me posicionei diante do que eu sofri e como eu lido com isso todos os dias!

O que eu fiz diante da existência de traumas:
1 - Tomei consciência de que existe um trauma dentro de mim
2 - Tomei consciência da proporção real do trauma
3 - Desejei cura, não aceitei permanecer do jeito que estava
4 - Busquei ajuda, sim, PEÇA AJUDA!
5 - Falei, abri a minha boca e comecei a falar, peça a Deus e Ele vai te dar pessoas de confiança para te ouvir, não desista após tentativas fracassadas, eu sei que é mais fácil escrever do que fazer, mas faça isso.
6 - Me abri para viver o novo de novo. Não aceitar as circunstâncias como "o fim".
7 - Perdoar
8 - Receber a cura e a ajuda, por menor que seja o progresso, abraçar isso.
9 - Ressignificar e Reeducar
10 - Manter-se em Segurança

Com cada um desses itens listados vem uma enorme experiência, contém anos de aprendizagens, processos de cura, de ressignificação e horas e horas e horas de oração, reflexão e meditação nos ensinos de Cristo, cada item de ambas as listas possuem processos de reeducação espiritual e emocional. e alguns processos ainda estão em andamento, outros estão apenas começando, mas a julgar pelos processos que eu já concluí, eu posso dizer com toda certeza, esse é um processo confiável.

Os traumas não nos curam, os traumas traumatizam, mas o que fazemos diante dos traumas, das dores e pesos da vida, a resposta a essas dores, as nossas escolhas, mesmo pequenas e aparentemente fracas, diante das nossas dores, é isso que nos cura, é isso que nos ensina, é o resultado de viver esse processo que gera aprendizagens.

O meu maior motivo para viver hoje, é ter consciência que não sou obrigada a fazer nada, a ser nada que eu não possa, nada que esteja além das minhas forças, ter consciência que sou humana e que em Cristo eu não preciso provar nada, eu não preciso fazer nada, eu só preciso me entregar em seus braços de amor e receber o seu alívio, o seu consolo, o descanso que a minha alma precisa.

Se você assim como eu tem traumas, vá para Ele!

"Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei..." Mateus 11.28

"Chorar ajuda por um tempo, mas depois é preciso parar de chorar e tomar uma decisão" - As Crônicas de Nárnia - C.S.Lewis

Um bjo na alma!
Danny Noronha

sábado, 30 de julho de 2022

DIA DA AMIZADE - Desafio da Palavra #AMIZADE



Eu ouvi essa frase por muitos anos, em parte da minha infância e adolescência.

Eu me sentia extremamente afrontada quando ouvia isso, e sentia uma espécie de raiva e medo, nem sei o que era pior, se a raiva de ouvir palavras negativas e cheias de "mistérios" nunca explicados ou medo de serem palavras de maldição do tipo "você nunca vai ter amigos porque a vida é ruim!", acompanhada com aquela risada de bruxa que a gente via nos filmes, sabe?!

Sabemos que as amizades na adolescência carregam um caráter de eternidade em si, aquele gosto de fantasia, gostamos de pensar que seremos eternos amigos das pessoas com quem nos relacionamos nessa idade.

Mas, vamos aos fatos.

Bem aventuradas são as pessoas que tem na vida adulta como melhor amigo, a mesma pessoa titular dessa posição desde a infância.

Na maioria das vezes o máximo que temos é uma amizade baseada no carinho e respeito mútuo embalado pelas boas memórias da infância. Mas, na prática não há quase nada na relação que justifique continuar usando o termo melhor amigo.

Então, o que seria uma amizade? Como definir um amigo?

Meu conceito de amizade é definido pela relação que temos com outra pessoa e nesse relação nutrimos afeto, carinho, companheirismo, bem querer, compartilhamos aspectos da nossa vida, história e intimidade, dividimos segredos, confissões, dilemas, alegrias, conquistas, vivenciamos experiências e quase sempre estamos em concordância em relação aos nossos valores e princípios de vida, etc.

É a construção de vínculos e conexões dentro de um determinado ambiente e contexto.

Amizade realmente é um negócio muito lindo.

Você deve pensar que depois de passar anos ouvindo que "ninguém tem amigo" eu tenha desistido de confiar em amizades, ou ter amigos.

Errado!

Eu sempre amei fazer amizades, apesar de haver uma tímida alugando um setor dentro de mim, eu sempre fui boa com pessoas, não disse que sempre atraía pessoas boas para perto de mim, eu disse que sempre fui boa com pessoas, é diferente, talvez eu fale mais sobre isso, outra hora.

Mas, não posso negar que toda vez que eu conhecia alguém, eu sempre me lembrava daquelas palavras, "ninguém tem amigo", toda vez que alguém me chamava de amiga, essa frase gritava na minha mente, toda vez que algum amigo errava comigo (e isso aconteceu muito, mas muito mesmo) eu sempre ouvia a voz dizendo: "ninguém tem amigo".

Mesmo assim, eu sempre perdoava, sempre relevava, e sempre deixava por menos, ao mesmo tempo que eu queria provar para mim mesma que aquela voz estava enganada, eu também queria acreditar que amizades verdadeiras existem.

A adolescência passou, a idade adulta chegou e eu já colecionava decepções de todo jeito, em todos os níveis de amizade e em todos os ambientes, não importava se os amigos eram da escola, da rua, da família, da igreja, trabalho, eu tenho experiências verdadeiramente ruins em todas as áreas.

Mesmo depois de tantas decepções eu ainda não estava pronta para admitir que aquela voz estava certa, nem estava pronta para admitir que eu escolhi a mal as pessoas com quem me relacionava, e muito menos estava pronta para admitir que a maior parte das decepções sofridas foram também, minha responsabilidade.

Sim! Da minha responsabilidade. Todos nós já fomos vilão na história de alguém, e muita gente legal aparece como vilão na minha história. Já passou da hora da gente superar a ideia de que somos sempre maravilhosos e outros sempre malvados.

Apesar de ter constatado nessa caminhada que a frase "ninguém tem amigo" é falsa, eu preciso dizer que foi dentro dessas relações que eu fui muito machucada, muito ferida, pessoas me trataram com real falta de respeito, crueldade, maldade e ingratidão, e sim precisei de cura sobre feridas, precisei decidir me afastar de muitas pessoas, precisei romper e quebra círculos de amizades inteiros, para viver e construir outros círculos e viver novas estações.

Essas experiências foram tão pesadas que eu cheguei a olhar ao redor e não consegui contar uma única pessoa com quem eu pudesse falar e ser acolhida na minha dor, vivi um momento de solidão que me deixou inicialmente desesperada, mas também serviu para que eu me concentrasse em construir o tipo de amigo que eu queria ser e determinar o tipo de pessoa que eu permitiria entrar na minha vida.

Foi um processo de reeducação emocional, espiritual, cura e libertação dentro e fora de mim.

Nesse processo eu aprendi muitas coisas.

Vou dividir com vocês três coisas que eu aprendi sobre amizade que com certeza mudaram a minha vida, e podem ajudar na sua caminhada nos relacionamentos interpessoais:

Tudo muda, devemos ter consciência disso e avaliar as mudanças, e aprendi a me responsabilizar pela amiga que sou e o tipo de amizades que quero para mim.

1 - Quando os ciclos mudam, os atores dos círculos também mudam - Na amizade nos relacionamos por afinidades, e interesses mútuos. 

Às vezes, o simples fato de alguém gostar do mesmo filme, do mesmo time, ou das mesmas músicas, ou de estar na mesma sala de aula que você já é um motivo inicial para começar uma amizade. E mesmo depois de algum tempo, depois de percebermos que a gente não tem mais nada em comum, a gente já se acostumou com aquela pessoa por vários motivos, e vamos criando motivos para continuar a amizade.

Além da dependência emocional que criamos, visto que a amizade deve ser uma relação de liberdade, o problema se instala quando extremos da relação unilateral começa a dominar todos os aspectos da relação, exemplos como: manipulação, egoísmo, exigências de suprimento para carências emocionais etc.

Apesar de começarmos bem intencionados, e cheios de afinidades, precisamos entender que tudo muda, tudo passa. Acontece que nós mudamos, nossos interesses mudam, nossa vida muda.

Vivemos ciclos, vivemos tempos, vivemos estações na vida, andamos em circuitos diferentes em cada uma dessas estações, e deveria ser natural compreender que também mudamos os atores dos círculos que nos cercam, as pessoas ao nosso redor.

Criar novos círculos de amizade, mudar de círculos, viver outras experiências, com outras pessoas  não deveria ser um momento tão dramático quanto costuma ser para algumas pessoas. Precisamos entender que não importa o que aconteça, mesmo que a gente não queira, A VIDA VAI MUDAR, e vamos nos encontrar naturalmente em outras estações, com outras pessoas, em outros lugares.

Precisamos amadurecer nossa maneira de lidar com as relações de amizade.

Liberar amigos para outros tempos em suas vidas e nos permitir viver outro tempo na nossa vida.

2 - Avalie sobriamente suas relações  de amizade -  A amizade é uma relação importante para o desenvolvimento social, cognitivo e emocional, é necessária e positiva, se construída dentro de valores e princípios norteados por sentimentos e objetivos superiores como empatia, amor, bem querer entre outros.

Aprendi primeiro que tudo muda, e que algumas amizades não durarão para sempre e não estarão conosco em outras épocas da nossa vida.

E aqui eu aprendi que para uma amizade ser realmente algo positivo na nossa vida, além de sermos amigos, além de nos dedicarmos em sermos nossa melhor versão, também devemos nos posicionar de forma a não aceitar nada menos do reciprocidade.

Para servir ao próximo vamos dar sem esperar nada em troca, mas nas relações interpessoais a reciprocidade é fundamental, caso contrário não é uma relação, é um relacionamento unilateral. Na amizade, não basta gostar de fazer as mesmas coisas, e ir aos mesmos lugares e fazer parte da mesma turma.

Uma relação realmente saudável é nutrida pelos mesmos valores e princípios.

Eu me enganei por muito tempo achando que, se eu respeitasse o mau humor e falta de caráter da minha "amiga" que justificava seus atos egoístas, invejosos e grosseiros por ser do signo de Escorpião, ela um dia me respeitaria. Que um dia ela demonstraria atos de valores elevados. Eu não poderia estar mais enganada.

Mantenha relacionamentos interpessoais que te levem para mais perto do que você acredita, que te levem a níveis maiores no desenvolvimento de suas qualidades e que te inspirem a melhorar em áreas de vulnerabilidade.

Relacionamentos unilaterais são para doação em amar o próximo, e não em se relacionar diariamente com esse próximo enquanto esse próximo mantem o coração longe de você, e te afastam do melhor que você pode ser e ter.

Avalie mais sobriamente seus relacionamentos, viver de emoção é para donos de parque de diversão.

3 - Responsabilize-se pelo amigo que você é, e o tipo de amizade que você quer para você - Sem dúvida as relações têm pontos muito negativos, como a ausência de reciprocidade saudável, a dependência emocional, a toxicidade e abusos nas relações de amizade. E por incrível que possa parecer isso hoje em dia é mais comum do que parece.

Não é normal, nem devemos deixar isso se normalizar, mas é comum encontrar pessoas que estão em relações doentias e pior, elas nem percebem isso.

Vou citar um exemplo simples de um caso que acompanho, que pode fazer você avaliar se está em uma relação tóxica: 

Se você está em uma relação onde o humor negativo, o mau humor do amigo é quase constante e quase sempre essa pessoa está "precisando" de você para regular esse humor, cuidado essa pessoa não está vendo em você um amigo em que pode confiar, essa pessoa na verdade está usando você como para-raios , essa pessoa está sugando sua energia, essa pessoa pode carregar em si uma carência interna tão grande e não resolvida que ela precisa se sentir aceita, acolhida, e pra isso vai usar sua boa vontade para despejar sobre você o peso da responsabilidade de entendê-la, respeitá-la, aceitá-la e de supri-la, a tal ponto que não interessa o quanto você esteja cansada de lidar com aquilo a pessoa não muda, e às vezes você fica esperando que a pessoa mude o comportamento e ela nunca muda.

Por outro lado, se você responde a essa amizade sempre com a atitude de: eu entendo, deixa que eu resolvo, deixa que eu sei resolver, deixa comigo, deixa que eu suporto, vou cuidar, eu entendo, tadinha ela está estressada de novo, tadinha ela não consegue lidar com seu humor, ela não consegue se expressar e precisa de mim para entendê-la, é possível que você esteja também alimentando dentro de si uma carência igualmente nociva, esse excesso de sentimentalismo materno, de aceitar o inaceitável, de aceitar o mínimo, de viver uma relação onde você está sempre apenas dando e entendendo a tão ponto que você nem consegue admitir o quanto essa amizade te suga, te cansa e te faz extremamente estressada com o restante dos teus relacionamentos. Cuidado!

Amigos não são para-raios, amigos não nosso moduladores de humor, amigos não são nossos remédios, amigos não são sacos de pancadas, amigos não são mães, não são pais, não são psicólogos, amigos não são nossas dispensas de boas emoções, onde entramos, comemos tudo, nos fartamos, ficamos bem e deixamos a outra pessoa tão vazia, que basta passar meio dia com essa pessoa para você se sentir cansada, estressada, e com sua energia tão baixa que não sobra nada de bom em você para se relacionar com outras pessoas, tudo o que você quer é dormir, descansar ou ser compensada, e é aqui que você pode iniciar um ciclo de amizades tóxicas, você acaba procurando outra pessoa para fazer o mesmo, "ah vou falar com fulano ele é sempre engraçado, vai me tirar dessa deprê, vai me animar", e aqui você se torna a sugadora de energia, usando outra pessoa como seu para-raios.

(Tudo isso tem explicações espirituais e psicológicas, mas não sou psicóloga, sou escritora, teóloga e pastora e é dentro da minha área de conhecimento que eu vou trazer a você luz sobre esse assunto tão delicado.)

Mas, porque eu estou trazendo tudo isso para falar sobre responsabilidade? Simples!

Para que a gente entenda, que em uma relação não podemos ver apenas a primeira pessoa da história como sendo o lado ruim, e a segundo como o lado bom. Isso não é simples ou superficial, é complexo. Seria uma irresponsabilidade da minha parte dizer que consegui expor aqui todos aspectos de uma relação de amizade tóxica.

Precisamos entender que toda a dinâmica citada acima não é, na prática, executada de forma consciente (claro que existem casos que isso acontece de maneira consciente para um dos lados, geralmente é o do primeiro caso, mas não é sobre isso que estou falando), tudo isso se dá entre horas de risadas, de trocas, de conversas, de encontros legais etc.

Eu apenas dei um exemplo superficial para que você pudesse entender do que eu estou falando, Uma relação onde você está apenas dando, doando, uma relação onde você não está se desenvolvendo, nem sendo inspirada, não está crescendo, não há troca, não há saúde,  você está apenas sobrevivendo.

E onde entra a tal da responsabilidade? Entra quando você tem em suas mãos a responsabilidade por essa relação existir, por mais que você venha a se sentir vítima, é importante lembrar que não estamos em uma disputa entre o bem e o mal, o vilão e o mocinho, não é uma situação de qualidade dualista, onde você vai simplesmente dividir quem é a amiga vítima e a amiga tóxica, é mais uma situação de responsabilidade pessoal.

Ou seja, toda vez que você se deparar com uma situação onde você descubra que o relacionamento que você está é doente, nocivo de alguma maneira, tóxico por algum motivo, não se concentre em julgar apenas a atitude do outro com você, mas principalmente o que levou você a se permitir estar em uma relação assim.

Ore, peça a Deus para mostrar a você a verdade por traz de seus relacionamentos, pense sobre isso, anote situações repetitivas de conflito, decepção etc. Peça ajuda espiritual, busque conselho, peça ajuda profissional para lidar com situações emocionais que mesmo depois de aconselhamento, mudança de posicionamento, você sente que por dentro as coisas ainda não se encaixaram.

Seja responsável pela sua vida, seja responsável pelo tipo de amigo que você é, e pare de ficar como responsável pelo tipo de amizade que o outro tem para oferecer, algumas pessoas como eu, passam anos se responsabilizando pelo tipo de amigo que o outro é, justificando o amigo, defendendo o amigo, protegendo o amigo, aceitando seus defeitos mesmo quando claramente eles não têm a mínima intenção de mudar ou seguir seus conselhos, quase sempre esses são os amigos que te influenciam te afastando daquilo que você acreditava e tinha como valor e princípio, enquanto que você nunca tem a companhia desse amigo em nada que seja exclusivamente do seu gosto, escolho ou deleite.

Esse texto já está enorme, tá quase um capítulo de livro, mas eu precisava compartilhar com você as coisas que aprendi sobre a amizade.

Que nesse dia da amizade você possa refletir sobre as amizades na sua vida, que você possa medir o valor que você dá a elas e o valor que elas realmente tem.

Por experiência própria eu descobri que a frase "NINGUÉM TEM AMIGO",  não é verdadeira.

Contudo fique atento, se responsabilize pela círculo de amizade de você constrói, antes de decidir conviver com algumas pessoas, avalie melhor suas escolhas e tenha seus valores e princípios sempre em prioridade, uma amigo que não te inspira em ir além no que você acredita é potencialmente um inimigo dos seus objetivos e da sua jornada.

Vou colocar aqui embaixo a sequência de quadrinhos de reflexão sobre o TEMA AMIZADE, escolhido pela seguidora Nina Luzia para o "Desafio da Palavra" que eu comecei no Instagram.








Se você quiser participar do desafio é só escolher uma palavra para que eu fale sobre ela em texto e vídeo. Basta ir até a publicação do Instagram e comentar com a palavra que você deseja.
LINK DA POSTAGEM => AQUI!

"Já não os chamo servos, porque o servo não sabe o que o seu senhor faz. Em vez disso, eu os tenho chamado amigos, porque tudo o que eu ouvi de meu Pai eu tornei conhecido a vocês" João 15.15

Amizade é conhecimento e liberdade, intimidade e altruísmo, inspiração e graça.
Bjo na Alma!
Danny Noronha



Sendo feliz com quase nada

Eu conheço muitas dores, em muitos tons e cores Algumas dores nos fazem parar por um instante Colorem nosso azul em vermelho sangue Outras n...