sábado, 9 de agosto de 2025

Sendo feliz com quase nada

Eu conheço muitas dores, em muitos tons e cores
Algumas dores nos fazem parar por um instante
Colorem nosso azul em vermelho sangue
Outras nos fazem correr bastante
São cinzas, forjadas num profundo desbotar

Nem uma outra dor que eu conheci, portanto
Me assombra mais do que essa dor 
Que me machuca por todos os meus cantos
A dor do "quase", a dor que me intimida
Que me faz lembrar que não sou querida

O quase é um dia ter nascimento, mas descobrir que esse dia nunca foi querido

O quase é crescer e perceber, que a tua existência não é o mesmo que viver

O quase é estar em casa, e mesmo no seu lugar, ser informado que você deve fazer por merecer morar lá, e no fim descobrir que esse lugar jamais será um lar

O quase é achar que o tempo cura tudo, e passando tanto tempo, perceber que quase não restou tempo algum para se curar

O quase é ser a amiga leal de todos, de um grupo onde todos são amigos de todos, mas que seus amigos são apenas alguns, contudo leais quase nenhum

O quase é ser companheira, mas ao olhar para trás perceber que foi sozinho a vida inteira

O quase é motivar, inspirar, apoiar, se dedicar ao sucesso de alguém, enquanto este se dedicava secretamente em ti fazer sentir e viver a dor do fracasso

O quase é orar de mãos dadas na hora da fé, com alguém que não vai te estender as mãos na hora da ação

O quase é ouvir promessas, e receber ingratidão

O quase é acreditar que era conexão, o que no fim se demonstrou só manipulação

O quase é quando te fazem acreditar que você foi escolhido, que você é especial, mas a intenção nunca foi de premiar e sim exigir mais do que você pode dar

O quase é chegar na beira sem saber nadar, se livrar da água e do peso da areia, e da crueldade do mar e ainda ouvir alguém criticar
"Por que entrou na água se não sabia nadar?"
Mal sabem que o quase aqui é nunca ter tido escolha, só para começar

O quase é achar que está acompanhado, até descobrir que a solidão era seu único aliado

O quase é conversar até perceber que você sempre esteve falando sozinho

O quase é lutar, lutar, lutar, lutar e ao invés de te ajudarem a ganhar, te perguntam:
"Por que você parou de tentar?"

O quase é saber amar, conhecer o que é o amor, mas nunca ter sido amada

O quase é cultivar uma família ao lado de quem nunca quis cultivar ninguém
O quase é viver com o que sobrou pagando um preço injusto diante de quem nem faz ideia do quanto tudo isso te custou

O quase é a dor de acreditar que vai acontecer, em uma vida onde nunca acontece, onde parece que vai acontecer, mas ainda que algo aconteça, nunca acontece como você esperava ou como você desejava
O quase é você ser indiretamente obrigado a ficar feliz e grato, caso contrário a culpa do quase é sua
E a dor do quase é que você estava quase deixando de acreditar que a culpa é sua, quando sem esperar, outro quase acontece

O quase é abrir o coração sangrando pela dor de viver mais um quase e em troca receber uma dor em forma de frase, geralmente uma motivação superficial, uma crítica velada, uma solução sem compromisso, uma exigência de fé, um julgamento inadequado
O quase me assombra porque  entre um quase e outro só eu sei o quanto custa sorrir e continuar em frente

O quase é a dor de ter que esperar mais uma vez para ver um sonho realizar, um plano dar certo, um propósito se cumprir, uma missão terminar
O quase é a dor de sobreviver quando a vida insiste em dar errado

O quase é dor que eu sinto agora, quando ao meu redor nada colabora, nada me faz acreditar, o quase é a dor que aparece entre eu quase desejar morrer, mas saber que apesar de a vida não me amar, eu amo viver.

A dor do "quase", quase sempre me mata de alguma forma, mas de algum jeito a minha vida se apegou ao "vai passar" e este por sua vez me exige pouco, sempre me conduz com segurança ao "Vai ficar tudo bem", aliás, depois de tantos "quases" eu aprendi a ser feliz com quase nada.

Danny Noronha 
04/08/2025

quarta-feira, 16 de julho de 2025

Quebrando Ciclos

 A maioria das pessoas dizem que os ciclos precisam ser vividos em sua totalidade.
Será?

Aprendi que nem todo ciclo é para ser vivido em sua totalidade, e que viver todos os ciclos completamente não é um conceito universal, alíás, creio firmemente que as pessoas que acreditam piamente nisso não observaram com carinho seu própro universo, ou não têm ainda o conhecimento sobre seu fantástico mundo interior.

A duras penas entendi que alguns ciclos vivemos naturalmente, mas outros ciclos precisam ser quebrados.

Sim, ciclos quebrados. 

Os ciclos quebrados são os ciclos que finalizamos com o poder da decisão. Decisões conscientes de quebrar com qualquer circunstãncia, situação ou vivência que nos aprisione, nos escravize ou torture seja mental, emocional, espiritual ou física.

Essa romantização do sofrimento não interessa a ninguém, a não ser aos profissonais mal intencionados, desejosos de que alimentemos seus bolsos e seus egos enormes.

Então sim, a maioria dos ciclos que vivi na vida foram desnecessários. A maioria dos tormentos que eu  vivi nem deveriam ter existido.

Sim, se for preciso, quebrem ciclos e recomecem.

"Ah Danny, que horas eu sei que preciso quebrar um ciclo ou enfrenta-lo e vivê-lo?"

Se você está se fazendo essa pergunta a muito tempo, depois de ter feito tudo o a seu alcance para mudar a si mesmo, a situação e as circunstâncias e nada mudou, então a hora é essa. A hora da dúvida, a hora que você começa a duvidar de você mesmo é o momento certo para quebrar um ciclo e recomeçar a vida.

Eu preferi enfrentar o medo de quebrar um ciclo e ele me quebrar do que permanecer num ciclo que estava me tirando a vida dia após dia, me tirando o prazer de viver, tirando a graça de ter paz.

Uffa, que legal retomar minhas postagens por um assunto tão legal e tão necessário.

Inclusive, fiquei dois anos sem postar aqui justamente porque estava rcomeçando a minha vida e me reencontrando com quem eu me tornei. Que você também se reencontre e goste de si nesse novo ciclo de recomeço.

Com amor,

Danny Noronha


sábado, 28 de outubro de 2023

Ansiosa Pelo Tempo de Amar

 Momentos como este que estou vivendo agora são extremamente exaustivos e frustrantes

Momento em que eu preciso admitir mais uma vez que as pessoas nunca fazem o que eu preciso

Elas dizem querer ajudar, mas elas só estão dispostas a fazer o que elas acreditam que deve ser feito


Eu estou sentindo tanta raiva, tanta frustração que estou explodindo em lágrimas


Momentos como estes me fazem duvidar profundamente de conceitos que, eu acho, que ainda acredito: empatia, reciprocidade, amor ao próximo, semeadura etc.


Como acreditar na reciprocidade se eu sempre apoio as pessoas NO QUE ELAS PRECISAM E QUEREM e não no que eu acho correto ou na minha opinião?! E quando eu preciso de apoio, as pessoas só me dão o que elas querem.


Como acreditar na empatia, se não importa o quanto eu me coloque no lugar das pessoas, ELAS NUNCA SE COLOCAM NO MEU LUGAR, eu sempre tenho que lidar solitariamente com a minha dor e com as minhas questões.


Como acreditar no amor ao próximo, se toda vez que eu preciso que alguém me ame NINGUÉM NUNCA SE ESFORÇA PARA FAZER EU ME SENTIR AMADA, ME AMAR DA MANEIRA QUE EU PRECISO E DESEJO, sempre tenho que aceitar apenas o que querem me dar, e apesar de eu deixar bem claro que assim eu não me sinto amada as pessoas simplesmente não se importam?!


Como acreditar na lei da semeadura se nunca plantei indiferença e parece que é só o que eu recebo, nunca plantei deixar o que é importante para as pessoas de lado e as pessoas VIVEM IGNORANDO O QUE IMPORTANTE PARA MIM, como acreditar no amor ao próximo se parece que eu vivo num mundo horroroso onde as pessoas são incapazes de me amar como eu as amo?!


É cansativo ter crises de ansiedade, pânico, crises de dores, apertos no peito, falta de ar, ausência de sono e fome, alergias e outras manifestações físicas resultantes do estresse vivido e proporcionado consciente ou inconscientemente por quem deveria e prometeu me ajudar a ficar sã.


Estou cansada de ver as pessoas me culpando pelo que elas fazem.


Eu estou cansada de pensar em como essas palavras podem parecer egoístas e soberbas, eu estou cansada de deixar as pessoas me cobrarem que eu seja politicamente correta, espiritualmente mais madura do que elas e humanamente mais justa que elas.


Eu estou muito cansada de dar tudo o que as pessoas pedem, desejam e precisam, e receber apenas o que elas querem, precisam e desejam.


Estou com tanta raiva que considero neste momento a possibilidade de mudar o meu comportamento completamente e agir, a partir de hoje, apenas de acordo com o que me fazem e não de acordo com o que eu acredito ser justo, amável, respeitoso, delicado e emocional e espiritualmente justo. Penso sim, em abdicar da minha essência e dar às pessoas apenas o que elas me dão.


Vontade de ser só mais uma pessoa reativa no mundo, igual a maioria que já conheço e já conheci. Vontade de ser só mais uma pessoa comum ou medíocre como a maioria que me cerca.


A dificuldade de viver num mundo egoísta e medíocre, é que no fundo quando trabalho para ser uma pessoa melhor eu nutro a esperança de que isso irá impactar a vida das pessoas e ajudá-las a se tornar melhores também, mas não, isso tudo é só um pensamento no mínimo infantil que eu tenho, uma utopia, uma quimera, uma tolice.


É impossível no meio da raiva eu não me sentir também uma idiota, uma tola, uma sonhadora iludida e até uma hipócrita.


Eu tenho plena consciência que eu merecia mais, que eu preciso de mais.

E eu também tenho consciência que provavelmente eu vou morrer sem nunca ter conhecido ou vivido com alguém que me ama como eu sou capaz de amar.


A coisa mais maravilhosa desse desabafo é que possivelmente qualquer um poderia tê-lo feito, porque todo ser humano é carente do amor que julga verdadeiro, que nada mais é do que sua maneira pessoal de esperar amor.


É incrível que apesar de tanta dor e raiva eu ainda consiga pensar no outro e em seus sentimentos, eu devo ser alguém viciada em seres humanos e nas suas mais  específicas características humanas.


Mesmo com muita dor, o meu desejo e minha decisão é que eu continue essencialmente compreensiva com todos que cruzarem o meu caminho, perdoadora com seus defeitos mais egoístas, tolerante com suas fraquezas. Eu decido permanecer sendo eu mesma. amável, forte e resiliente.


Que eu não tema a honestidade dessas palavras e que não me falte a ousadia para encarar momentos ruins como estes.


E antes que esse texto termine é importante registrar que a raiva que eu sentia foi se dissipando enquanto eu o escrevia, eu amo a palavra escrita, ela sempre me liberta.


Antes que esse texto termine eu preciso registrar, para que eu possa voltar aqui para ler: Esse momento é só um momento, ele está passando, e qualquer outro momento ruim que vier, assim como este, também passará. É só um momento, é só um tempo, vai passar.


“Há tempo de amar e tempo de odiar…” Eclesiastes 3.8
Ansiosa pelo tempo de amar, que esse tempo seja daqui a pouco, o mais breve possível.


Com amor,

Danny Noronha


quarta-feira, 25 de outubro de 2023

O Perdão que Traz Luz

 Acredito que em geral todos concordam que a raiva cega as pessoas.

Mas, você já parou para pensar que existem outros sentimentos e emoções que também cegam?!

Quero falar sobre a dor e como ela também pode nos cegar.

Eu achei de verdade que só o sentimento de raiva poderia nos cegar a ponto de cometermos erros influenciados por ela, mas alguns outros sentimentos também podem nos cegar e nos guiar erroneamente a caminhos obscuros dentro e fora de nós mesmos.


A diferença entre a raiva e a dor, acredito eu, está em que uma vez que a raiva

nos projeta em direção a tomar

decisões erradas em relação ao outro, a dor nos envia no caminho tortuoso das

decisões erradas contra nós

mesmos.


Por temer tomar atitudes que envergonham o nome de Deus, a minha fé, a

minha família a minha comunidade

de fé, e a mim mesma, eu me dediquei então a cuidar fervorosamente em

como a raiva podia se manifestar

em mim, cuidei de aprender tudo o que pude sobre manter a calma, perdoar,

resolver, conversar, dialogar,

suportar, aguentar, esperar, ter paciência, enfim, eu me dediquei em forjar

um caráter onde eu não tivesse

que agir sem pensar e magoar, ferir, atacar ou agir de forma grosseira com

outras pessoas, e isso funcionou

bem, ao menos em parte.


Não perdi meu réu primário atacando ninguém, apesar de ter vivido

situações com pessoas que provaram

com força a minha resistência e a minha paciência. Mas, exceto uma

discussão e explosão de raiva com

palavras torpes que tive com uma cunhada a mais ou menos uns dez

anos, eu consegui sobreviver a

s provocações e reações naturais que a raiva traz. Mas, apesar de não

ter perdido meu réu primário,

eu perdi meu amor próprio.


Aprendi com o tempo, que sempre vão existir pessoas que parecem

viver tranquilas com seus impulsos

atormentadores e provocadores e essas pessoas sempre cruzarão o

nosso caminho cabe a nós mantermos

a calma, respirarmos e seguirmos firmes no propósito de não fazermos

nada que nos traga arrependimentos

futuros.


Pode haver justificativas plausíveis para algumas reações intempestivas e

impensadas, mas nunca nos

livraremos de suas consequências, dessa forma prevenir que a raiva nos

leve a atitudes de violência,

brigas, desentendimentos ou divisões, ainda é a melhor decisão.


O episódio que citei anteriormente com a minha cunhada, foi terrível

para mim, pois ele me cobriu

de vergonha, no entanto esse momento de fracasso pessoal me levou

ao arrependimento e então à

lições profundas, e também a decisão de que definitivamente eu não

estava disposta a sentir e nem

a viver aquilo novamente em minha vida. Eu tenho trabalhado com

afinco para que isso nunca mais

se repita.


Dizer coisas ruins a quem amamos (ou mesmo a desconhecidos, ou sobre eles)

é extremamente

destrutivo para a nossa alma e compromete o nosso caráter. Perdoar,

relevar, suportar e pensar duas

vezes, ou mais vezes se for preciso, nos habilita a viver uma vida com

menos arrependimentos dolorosos

e menos problemas para resolver no dia seguinte, nos instrui a ter um

relacionamento melhor entre a

nossa cabeça e o nosso travesseiro no fim do dia, e nos poupa de

sérios desgastes emocionais.


Mas, (sempre tem um mais né?!) o que eu não percebi é que não

bastava evitar que a raiva me dominasse,

não bastava proteger a mim mesma e aos outros das consequências

de permitir que a ira me dominasse,

não bastava exercitar o domínio próprio e não reagir ao mal que as

pessoas estavam me fazendo passar

ou viver, eu não percebi que precisa também aprender o que fazer

com a dor que a atitude ruim das pessoas

me causava.


Sem nenhuma falsa modéstia eu aprendi a ser mais tolerante, mais

paciente, mais amigável, compreensiva,

perdoadora, prática no trato e nas reconciliações, mais assertiva em

relação às situações delicadas

e possivelmente problemáticas. As pessoas do meu círculo íntimo

costumam me qualificar como alguém

com sabedoria acima da média para lidar com conflitos.


Contudo, não adiantava eu não reagir ao mal que me faziam eu

precisava aprender a transformar isso em

algo bom dentro de mim.

Porque com o tempo eu descobri que os extremos sempre nos levam

a abismos, e não adiantava eu me

abster de pecar ao calor da ira, proteger a minha reputação, trabalhar

para não envergonhar a minha fé

e a minha família, se no fim eu seria destruída de dentro para fora.

Porque é isso que a dor faz, ela nos

destrói de dentro para fora.


O que estava faltando eu aprender é que todo mal que nos fazem

tem uma consequência, a primeira podemos

aprender a controlar que é uma reação à altura, uma resposta tão

negativa quanto, ou maior, do que aquilo

que nos fizeram.

Se a primeira podemos controlar, a segunda consequência é que

precisamos aprender a cuidar, cuidar de

perceber quanto mal nos fizeram, qual a profundidade e importância

que vamos dar a isso, o quanto isso

nos marcou e nos machucou e cuidar disso.


Na primeira você oferece ao outro misericórdia, que significa não

dar aquela pessoa o que naturalmente

acreditamos que ela merece, e na segunda precisamos oferecer a paz,

pois só a paz pode nos livrar da

prisão que a dor pode ser, só com a paz podemos receber cura e

libertação das sequelas profundas que

a dor pode causar.


No fim, eu percebi que havia me preocupado tanto em não machucar

os outros, havia ficado com tanto

medo de errar diante de Deus, dos homens e de mim mesma que eu

nem percebi que havia ficado

vulnerável demais no extremo oposto, eu não havia aprendido a

cuidar de mim.


Uma vez que poupei os outros, esqueci de me poupar, me concentrei

tanto em não atacar, que acabei

permitindo ataques que jamais poderiam ter acontecido. Fiquei tão

preocupada em ser politicamente

correta, espiritualmente aprovada e humanamente aceitável, que

esqueci de princípios básicos como,

respeito, cuidado e amor próprio.


Esqueci que o mandamento é “amar o próximo como a si mesmo”,

esqueci de me amar, de me proteger,

de me cuidar, de me aceitar, impor limites, me afastar e desfazer nós

com quem não estava comprometido

em criar laços verdadeiros comigo.

"E o segundo é semelhante a ele: 'Ame o seu próximo como a si mesmo'."

Mateus 22.37


Entre a cegueira da ira e a cegueira da dor, eu me perdi na cegueira

das minhas dores que me levaram

a aceitar o inaceitável, a aceitar migalhas mesmo que sempre oferecesse

um banquete,  a cegueira da dor

me levou a mendigar por aquilo que eu sempre fui rica, pedir pelo

mínimo mesmo oferecendo o máximo,

esperando paralisada pelo que jamais iria chegar.


A cegueira da dor me fez acreditar em mentiras sobre mim, me fez

acreditar que de alguma maneira eu

merecia o mal que me faziam, ou pior, que eu era a culpa pelo mal

que me faziam, a cegueira da dor me

fez acreditar que eu não merecia ser tratada com respeito, proteção e

segurança, que eu sempre tinha que

pagar por tudo o que eu precisava, a cegueira da dor me fez fraca,

vulnerável, doente, carente, medrosa,

frustrada e acima de tudo me deixou com sequelas que me levaram

ao consultório psiquiátrico e psicológico.


É isso que acontece quando andamos por extremos, é isso que acontece

quando não compreendemos

princípios básicos de sobrevivência como amar a si e depois ao outro,

é isso o que acontece quando exigimos

demais de nós mesmos sem colocar limites nas relações com as

pessoas, é isso que acontece quando você

oferece aos outros apenas o perdão sem a responsabilidade, a desculpa

sem a retratação, o tempo sem o

diálogo, a chance sem o posicionamento, a graça sem decisão e

mudança gera injustiça e suas sequelas,

a misericórdia sem comprometimento gera abusadores.


O mesmo Deus que é capaz de perdoar um pecado causado pela ira

é também capaz de nos curar da dor

causada pela maldade, no primeiro caso ele nos fará ver a luz que o

perdão traz e nos livrará da cegueira

do orgulho e do egoísmo e no segundo caso ele nos fará ver a luz que

perdoar a si mesmo traz, e nos livrará

da cegueira da carência, da necessidade de aceitação e principalmente

vai nos ensinar a estabelecer um

padrão de comportamento saudável nas relações consigo e com o

próximo e também nos ensinar a selecionar

e decidir pelo que é melhor para nós ao invés de aceitar qualquer

coisa que nos é oferecido.


A ira cega, a dor também cega, para o primeiro caso o perdão é a

cura, para o segundo, perdoar a si

mesmo é a cura.


A ira que cega, nos mantém numa dinâmica de egoísmo, orgulho

e soberba, a dor que nos cega nos mantém

numa dinâmica de comportamentos carentes, frustrantes, cansativos

e repetitivos.


Que tenhamos coragem para perdoar o mal que nos fazem a ponto

de não reagirmos a isso, perdendo a

paz do nosso coração, e que estejamos dispostos a perdoar a nós

mesmos quando permitirmos que o que

nos fizeram toque a nossa alma, assim vamos recuperar a paz que

cura e nos liberta.


No perdão ao outro cultivamos o amor ao próximo e o domínio

próprio, no perdão a nós mesmos cultivamos

o amor próprio e a paz do coração.


"Quando ficarem irados, não pequem; ao deitar-se, reflitam nisso

e aquietem-se." Salmos 4.4

Danny Noronha 

25/10/2023

Sendo feliz com quase nada

Eu conheço muitas dores, em muitos tons e cores Algumas dores nos fazem parar por um instante Colorem nosso azul em vermelho sangue Outras n...