O quase é viver com o que sobrou pagando um preço injusto diante de quem nem faz ideia do quanto tudo isso te custou
04/08/2025
Aprender a ler o mundo, ler a si mesmo, para assim escrever a própria história.
A maioria das pessoas dizem que os ciclos precisam ser vividos em sua totalidade.
Será?
Aprendi que nem todo ciclo é para ser vivido em sua totalidade, e que viver todos os ciclos completamente não é um conceito universal, alíás, creio firmemente que as pessoas que acreditam piamente nisso não observaram com carinho seu própro universo, ou não têm ainda o conhecimento sobre seu fantástico mundo interior.
A duras penas entendi que alguns ciclos vivemos naturalmente, mas outros ciclos precisam ser quebrados.
Sim, ciclos quebrados.
Os ciclos quebrados são os ciclos que finalizamos com o poder da decisão. Decisões conscientes de quebrar com qualquer circunstãncia, situação ou vivência que nos aprisione, nos escravize ou torture seja mental, emocional, espiritual ou física.
Essa romantização do sofrimento não interessa a ninguém, a não ser aos profissonais mal intencionados, desejosos de que alimentemos seus bolsos e seus egos enormes.
Então sim, a maioria dos ciclos que vivi na vida foram desnecessários. A maioria dos tormentos que eu vivi nem deveriam ter existido.
Sim, se for preciso, quebrem ciclos e recomecem.
"Ah Danny, que horas eu sei que preciso quebrar um ciclo ou enfrenta-lo e vivê-lo?"
Se você está se fazendo essa pergunta a muito tempo, depois de ter feito tudo o a seu alcance para mudar a si mesmo, a situação e as circunstâncias e nada mudou, então a hora é essa. A hora da dúvida, a hora que você começa a duvidar de você mesmo é o momento certo para quebrar um ciclo e recomeçar a vida.
Eu preferi enfrentar o medo de quebrar um ciclo e ele me quebrar do que permanecer num ciclo que estava me tirando a vida dia após dia, me tirando o prazer de viver, tirando a graça de ter paz.
Uffa, que legal retomar minhas postagens por um assunto tão legal e tão necessário.
Inclusive, fiquei dois anos sem postar aqui justamente porque estava rcomeçando a minha vida e me reencontrando com quem eu me tornei. Que você também se reencontre e goste de si nesse novo ciclo de recomeço.
Com amor,
Danny Noronha
Momentos como este que estou vivendo agora são extremamente exaustivos e frustrantes
Momento em que eu preciso admitir mais uma vez que as pessoas nunca fazem o que eu preciso
Elas dizem querer ajudar, mas elas só estão dispostas a fazer o que elas acreditam que deve ser feito
Eu estou sentindo tanta raiva, tanta frustração que estou explodindo em lágrimas
Momentos como estes me fazem duvidar profundamente de conceitos que, eu acho, que ainda acredito: empatia, reciprocidade, amor ao próximo, semeadura etc.
Como acreditar na reciprocidade se eu sempre apoio as pessoas NO QUE ELAS PRECISAM E QUEREM e não no que eu acho correto ou na minha opinião?! E quando eu preciso de apoio, as pessoas só me dão o que elas querem.
Como acreditar na empatia, se não importa o quanto eu me coloque no lugar das pessoas, ELAS NUNCA SE COLOCAM NO MEU LUGAR, eu sempre tenho que lidar solitariamente com a minha dor e com as minhas questões.
Como acreditar no amor ao próximo, se toda vez que eu preciso que alguém me ame NINGUÉM NUNCA SE ESFORÇA PARA FAZER EU ME SENTIR AMADA, ME AMAR DA MANEIRA QUE EU PRECISO E DESEJO, sempre tenho que aceitar apenas o que querem me dar, e apesar de eu deixar bem claro que assim eu não me sinto amada as pessoas simplesmente não se importam?!
Como acreditar na lei da semeadura se nunca plantei indiferença e parece que é só o que eu recebo, nunca plantei deixar o que é importante para as pessoas de lado e as pessoas VIVEM IGNORANDO O QUE IMPORTANTE PARA MIM, como acreditar no amor ao próximo se parece que eu vivo num mundo horroroso onde as pessoas são incapazes de me amar como eu as amo?!
É cansativo ter crises de ansiedade, pânico, crises de dores, apertos no peito, falta de ar, ausência de sono e fome, alergias e outras manifestações físicas resultantes do estresse vivido e proporcionado consciente ou inconscientemente por quem deveria e prometeu me ajudar a ficar sã.
Estou cansada de ver as pessoas me culpando pelo que elas fazem.
Eu estou cansada de pensar em como essas palavras podem parecer egoístas e soberbas, eu estou cansada de deixar as pessoas me cobrarem que eu seja politicamente correta, espiritualmente mais madura do que elas e humanamente mais justa que elas.
Eu estou muito cansada de dar tudo o que as pessoas pedem, desejam e precisam, e receber apenas o que elas querem, precisam e desejam.
Estou com tanta raiva que considero neste momento a possibilidade de mudar o meu comportamento completamente e agir, a partir de hoje, apenas de acordo com o que me fazem e não de acordo com o que eu acredito ser justo, amável, respeitoso, delicado e emocional e espiritualmente justo. Penso sim, em abdicar da minha essência e dar às pessoas apenas o que elas me dão.
Vontade de ser só mais uma pessoa reativa no mundo, igual a maioria que já conheço e já conheci. Vontade de ser só mais uma pessoa comum ou medíocre como a maioria que me cerca.
A dificuldade de viver num mundo egoísta e medíocre, é que no fundo quando trabalho para ser uma pessoa melhor eu nutro a esperança de que isso irá impactar a vida das pessoas e ajudá-las a se tornar melhores também, mas não, isso tudo é só um pensamento no mínimo infantil que eu tenho, uma utopia, uma quimera, uma tolice.
É impossível no meio da raiva eu não me sentir também uma idiota, uma tola, uma sonhadora iludida e até uma hipócrita.
Eu tenho plena consciência que eu merecia mais, que eu preciso de mais.
E eu também tenho consciência que provavelmente eu vou morrer sem nunca ter conhecido ou vivido com alguém que me ama como eu sou capaz de amar.
A coisa mais maravilhosa desse desabafo é que possivelmente qualquer um poderia tê-lo feito, porque todo ser humano é carente do amor que julga verdadeiro, que nada mais é do que sua maneira pessoal de esperar amor.
É incrível que apesar de tanta dor e raiva eu ainda consiga pensar no outro e em seus sentimentos, eu devo ser alguém viciada em seres humanos e nas suas mais específicas características humanas.
Mesmo com muita dor, o meu desejo e minha decisão é que eu continue essencialmente compreensiva com todos que cruzarem o meu caminho, perdoadora com seus defeitos mais egoístas, tolerante com suas fraquezas. Eu decido permanecer sendo eu mesma. amável, forte e resiliente.
Que eu não tema a honestidade dessas palavras e que não me falte a ousadia para encarar momentos ruins como estes.
E antes que esse texto termine é importante registrar que a raiva que eu sentia foi se dissipando enquanto eu o escrevia, eu amo a palavra escrita, ela sempre me liberta.
Antes que esse texto termine eu preciso registrar, para que eu possa voltar aqui para ler: Esse momento é só um momento, ele está passando, e qualquer outro momento ruim que vier, assim como este, também passará. É só um momento, é só um tempo, vai passar.
“Há tempo de amar e tempo de odiar…” Eclesiastes 3.8
Ansiosa pelo tempo de amar, que esse tempo seja daqui a pouco, o mais breve possível.
Com amor,
Danny Noronha
Acredito que em geral todos concordam que a raiva cega as pessoas.
Mas, você já parou para pensar que existem outros sentimentos e emoções que também cegam?!
Quero falar sobre a dor e como ela também pode nos cegar.
Eu achei de verdade que só o sentimento de raiva poderia nos cegar a ponto de cometermos erros influenciados por ela, mas alguns outros sentimentos também podem nos cegar e nos guiar erroneamente a caminhos obscuros dentro e fora de nós mesmos.
A diferença entre a raiva e a dor, acredito eu, está em que uma vez que a raiva
nos projeta em direção a tomar
decisões erradas em relação ao outro, a dor nos envia no caminho tortuoso das
decisões erradas contra nós
mesmos.
Por temer tomar atitudes que envergonham o nome de Deus, a minha fé, a
minha família a minha comunidade
de fé, e a mim mesma, eu me dediquei então a cuidar fervorosamente em
como a raiva podia se manifestar
em mim, cuidei de aprender tudo o que pude sobre manter a calma, perdoar,
resolver, conversar, dialogar,
suportar, aguentar, esperar, ter paciência, enfim, eu me dediquei em forjar
um caráter onde eu não tivesse
que agir sem pensar e magoar, ferir, atacar ou agir de forma grosseira com
outras pessoas, e isso funcionou
bem, ao menos em parte.
Não perdi meu réu primário atacando ninguém, apesar de ter vivido
situações com pessoas que provaram
com força a minha resistência e a minha paciência. Mas, exceto uma
discussão e explosão de raiva com
palavras torpes que tive com uma cunhada a mais ou menos uns dez
anos, eu consegui sobreviver a
s provocações e reações naturais que a raiva traz. Mas, apesar de não
ter perdido meu réu primário,
eu perdi meu amor próprio.
Aprendi com o tempo, que sempre vão existir pessoas que parecem
viver tranquilas com seus impulsos
atormentadores e provocadores e essas pessoas sempre cruzarão o
nosso caminho cabe a nós mantermos
a calma, respirarmos e seguirmos firmes no propósito de não fazermos
nada que nos traga arrependimentos
futuros.
Pode haver justificativas plausíveis para algumas reações intempestivas e
impensadas, mas nunca nos
livraremos de suas consequências, dessa forma prevenir que a raiva nos
leve a atitudes de violência,
brigas, desentendimentos ou divisões, ainda é a melhor decisão.
O episódio que citei anteriormente com a minha cunhada, foi terrível
para mim, pois ele me cobriu
de vergonha, no entanto esse momento de fracasso pessoal me levou
ao arrependimento e então à
lições profundas, e também a decisão de que definitivamente eu não
estava disposta a sentir e nem
a viver aquilo novamente em minha vida. Eu tenho trabalhado com
afinco para que isso nunca mais
se repita.
Dizer coisas ruins a quem amamos (ou mesmo a desconhecidos, ou sobre eles)
é extremamente
destrutivo para a nossa alma e compromete o nosso caráter. Perdoar,
relevar, suportar e pensar duas
vezes, ou mais vezes se for preciso, nos habilita a viver uma vida com
menos arrependimentos dolorosos
e menos problemas para resolver no dia seguinte, nos instrui a ter um
relacionamento melhor entre a
nossa cabeça e o nosso travesseiro no fim do dia, e nos poupa de
sérios desgastes emocionais.
Mas, (sempre tem um mais né?!) o que eu não percebi é que não
bastava evitar que a raiva me dominasse,
não bastava proteger a mim mesma e aos outros das consequências
de permitir que a ira me dominasse,
não bastava exercitar o domínio próprio e não reagir ao mal que as
pessoas estavam me fazendo passar
ou viver, eu não percebi que precisa também aprender o que fazer
com a dor que a atitude ruim das pessoas
me causava.
Sem nenhuma falsa modéstia eu aprendi a ser mais tolerante, mais
paciente, mais amigável, compreensiva,
perdoadora, prática no trato e nas reconciliações, mais assertiva em
relação às situações delicadas
e possivelmente problemáticas. As pessoas do meu círculo íntimo
costumam me qualificar como alguém
com sabedoria acima da média para lidar com conflitos.
Contudo, não adiantava eu não reagir ao mal que me faziam eu
precisava aprender a transformar isso em
algo bom dentro de mim.
Porque com o tempo eu descobri que os extremos sempre nos levam
a abismos, e não adiantava eu me
abster de pecar ao calor da ira, proteger a minha reputação, trabalhar
para não envergonhar a minha fé
e a minha família, se no fim eu seria destruída de dentro para fora.
Porque é isso que a dor faz, ela nos
destrói de dentro para fora.
O que estava faltando eu aprender é que todo mal que nos fazem
tem uma consequência, a primeira podemos
aprender a controlar que é uma reação à altura, uma resposta tão
negativa quanto, ou maior, do que aquilo
que nos fizeram.
Se a primeira podemos controlar, a segunda consequência é que
precisamos aprender a cuidar, cuidar de
perceber quanto mal nos fizeram, qual a profundidade e importância
que vamos dar a isso, o quanto isso
nos marcou e nos machucou e cuidar disso.
Na primeira você oferece ao outro misericórdia, que significa não
dar aquela pessoa o que naturalmente
acreditamos que ela merece, e na segunda precisamos oferecer a paz,
pois só a paz pode nos livrar da
prisão que a dor pode ser, só com a paz podemos receber cura e
libertação das sequelas profundas que
a dor pode causar.
No fim, eu percebi que havia me preocupado tanto em não machucar
os outros, havia ficado com tanto
medo de errar diante de Deus, dos homens e de mim mesma que eu
nem percebi que havia ficado
vulnerável demais no extremo oposto, eu não havia aprendido a
cuidar de mim.
Uma vez que poupei os outros, esqueci de me poupar, me concentrei
tanto em não atacar, que acabei
permitindo ataques que jamais poderiam ter acontecido. Fiquei tão
preocupada em ser politicamente
correta, espiritualmente aprovada e humanamente aceitável, que
esqueci de princípios básicos como,
respeito, cuidado e amor próprio.
Esqueci que o mandamento é “amar o próximo como a si mesmo”,
esqueci de me amar, de me proteger,
de me cuidar, de me aceitar, impor limites, me afastar e desfazer nós
com quem não estava comprometido
em criar laços verdadeiros comigo.
"E o segundo é semelhante a ele: 'Ame o seu próximo como a si mesmo'."
Mateus 22.37
Entre a cegueira da ira e a cegueira da dor, eu me perdi na cegueira
das minhas dores que me levaram
a aceitar o inaceitável, a aceitar migalhas mesmo que sempre oferecesse
um banquete, a cegueira da dor
me levou a mendigar por aquilo que eu sempre fui rica, pedir pelo
mínimo mesmo oferecendo o máximo,
esperando paralisada pelo que jamais iria chegar.
A cegueira da dor me fez acreditar em mentiras sobre mim, me fez
acreditar que de alguma maneira eu
merecia o mal que me faziam, ou pior, que eu era a culpa pelo mal
que me faziam, a cegueira da dor me
fez acreditar que eu não merecia ser tratada com respeito, proteção e
segurança, que eu sempre tinha que
pagar por tudo o que eu precisava, a cegueira da dor me fez fraca,
vulnerável, doente, carente, medrosa,
frustrada e acima de tudo me deixou com sequelas que me levaram
ao consultório psiquiátrico e psicológico.
É isso que acontece quando andamos por extremos, é isso que acontece
quando não compreendemos
princípios básicos de sobrevivência como amar a si e depois ao outro,
é isso o que acontece quando exigimos
demais de nós mesmos sem colocar limites nas relações com as
pessoas, é isso que acontece quando você
oferece aos outros apenas o perdão sem a responsabilidade, a desculpa
sem a retratação, o tempo sem o
diálogo, a chance sem o posicionamento, a graça sem decisão e
mudança gera injustiça e suas sequelas,
a misericórdia sem comprometimento gera abusadores.
O mesmo Deus que é capaz de perdoar um pecado causado pela ira
é também capaz de nos curar da dor
causada pela maldade, no primeiro caso ele nos fará ver a luz que o
perdão traz e nos livrará da cegueira
do orgulho e do egoísmo e no segundo caso ele nos fará ver a luz que
perdoar a si mesmo traz, e nos livrará
da cegueira da carência, da necessidade de aceitação e principalmente
vai nos ensinar a estabelecer um
padrão de comportamento saudável nas relações consigo e com o
próximo e também nos ensinar a selecionar
e decidir pelo que é melhor para nós ao invés de aceitar qualquer
coisa que nos é oferecido.
A ira cega, a dor também cega, para o primeiro caso o perdão é a
cura, para o segundo, perdoar a si
mesmo é a cura.
A ira que cega, nos mantém numa dinâmica de egoísmo, orgulho
e soberba, a dor que nos cega nos mantém
numa dinâmica de comportamentos carentes, frustrantes, cansativos
e repetitivos.
Que tenhamos coragem para perdoar o mal que nos fazem a ponto
de não reagirmos a isso, perdendo a
paz do nosso coração, e que estejamos dispostos a perdoar a nós
mesmos quando permitirmos que o que
nos fizeram toque a nossa alma, assim vamos recuperar a paz que
cura e nos liberta.
No perdão ao outro cultivamos o amor ao próximo e o domínio
próprio, no perdão a nós mesmos cultivamos
o amor próprio e a paz do coração.
"Quando ficarem irados, não pequem; ao deitar-se, reflitam nisso
e aquietem-se." Salmos 4.4
Danny Noronha
25/10/2023
Eu conheço muitas dores, em muitos tons e cores Algumas dores nos fazem parar por um instante Colorem nosso azul em vermelho sangue Outras n...